Em uma ação inédita, o programa Agora Tem Especialistas está realizando cirurgias oftalmológicas, consultas e exames de média e alta complexidade dentro de territórios indígenas da Amazônia. A primeira etapa acontece na Aldeia Belém do Solimões, em Tabatinga (AM), onde mais de 12,5 mil atendimentos já foram feitos nesta semana.
Com 10,5 mil indígenas, essa é uma das maiores aldeias do Brasil e recebe o primeiro de cinco mutirões organizados pelo Ministério da Saúde em parceria com a Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS). A iniciativa vai percorrer áreas de difícil acesso nos estados do Amazonas, Acre e Mato Grosso, entre agosto e novembro.
Atendimento de ponta no coração da floresta
No local, foi instalado um Centro Cirúrgico Móvel de Saúde Especializada, equipado com tecnologia de última geração e integrado à estrutura de saúde da aldeia. Até agora, já foram realizadas 178 cirurgias oftalmológicas, 1,8 mil consultas, 10 mil exames e distribuídos 578 óculos.
Além de oftalmologia, a equipe oferece atendimentos em ginecologia, pediatria, clínica geral, ultrassonografia e endoscopia digestiva alta, beneficiando mais de 80 comunidades indígenas dos povos Tikuna, Kokama, Kambeba e Kanamari.
Depoimentos que emocionam
A indígena Aleidinete Guedes Severiano, 43 anos, destacou a importância de receber atendimento especializado sem precisar deixar a comunidade:
“Antes, eu precisava viajar horas e esperar mais de um ano para um exame. Agora, faço tudo aqui mesmo.”
O enfermeiro Marcel Vieira, que atua no pré-operatório das cirurgias oftalmológicas, afirmou:
“Cuidar de quem cuida da floresta é cuidar do futuro do país. O acolhimento e a gratidão dessa população me emocionam todos os dias.”
Próximas etapas
Após Tabatinga, o mutirão segue para:
- Aldeia Morada Nova (Itamarati-AM) – 8 a 17 de agosto
- Aldeia Itacoai (Vale do Javari-AM) – 29 de agosto a 7 de setembro
- DSEIs Xavante (MT) e Alto Rio Juruá (AC) – datas a confirmar
Parcerias e alcance
Os mutirões contam com apoio das organizações Associação Médicos da Floresta (AMDAF) e Associação Expedicionários da Saúde (EDS), por meio de acordos de cooperação técnica que mobilizam equipes voluntárias e estruturas móveis para áreas remotas.
O objetivo do programa é reduzir o tempo de espera por serviços especializados no SUS, especialmente para populações que enfrentam barreiras geográficas e logísticas no acesso à saúde.
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