O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento nesta terça-feira (10) ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. Acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de liderar articulações para subverter a ordem democrática, Bolsonaro negou envolvimento em qualquer plano golpista.
Durante o interrogatório, o ex-presidente abordou uma série de pontos usados por sua defesa para sustentar que jamais rompeu com a legalidade.
Confira os principais argumentos apresentados
1. Reuniões com militares foram informais
Bolsonaro afirmou que os encontros com integrantes das Forças Armadas ocorreram após as eleições, mas sem qualquer conteúdo golpista. Disse que os diálogos foram dentro dos limites constitucionais e motivados pelo “vazio político” pós-derrota.
2. Não reconheceu autoria da minuta do golpe
Ao comentar o documento encontrado na casa de Anderson Torres, que previa intervenção no TSE, Bolsonaro negou envolvimento e disse desconhecer a autoria do texto.
3. Disse que nunca foi ameaçado de prisão
O ex-presidente declarou que não agiu por temor de ser preso. “Em nenhum momento alguém me ameaçou de prisão”, afirmou.
4. Delegou relação com acampamentos a Braga Netto
Sobre os atos em frente a quartéis, Bolsonaro disse que o general Braga Netto era quem acompanhava as movimentações e repassava informações. “Eu ouvia e não falava nada”, afirmou.
5. Retórica agressiva, mas sem ação ilegal
Reiterou críticas às urnas eletrônicas, mas reconheceu que pode ter ultrapassado o tom. “Se eu exagerei na retórica, devo ter exagerado. É como alguém muito maquiado. Se chover, escorre tudo”, disse.
6. Justificou encontros com militares pela derrota eleitoral
Bolsonaro disse que buscava apoio e consolo após a derrota nas urnas. “Quando você perde uma eleição, é um vazio que o senhor não imagina”, disse ao ministro.
7. Disse que não havia base para golpe
Segundo ele, não existia sustentação social, militar ou política para qualquer ruptura institucional. “Não tinha clima, não tinha base minimamente sólida para fazer coisa”, declarou.
8. Pedido de desculpas a Moraes
No fim, Bolsonaro pediu desculpas por falas anteriores contra ministros do STF. “Me desculpe. Não tinha qualquer intenção de acusar de desvio de conduta os senhores três”, declarou.
O depoimento é parte da fase final da investigação que pode resultar na abertura de processo penal contra Bolsonaro e outros aliados por tentativa de subversão do regime democrático.
* Com informações da TV Justiça. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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