A cidade de Los Angeles vive uma onda de protestos violentos desde a última sexta-feira (6), quando operações do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) resultaram na detenção de dezenas de imigrantes em situação irregular. O que começou como manifestação pacífica se transformou em tumultos com saques, vandalismo e confrontos intensos com a polícia.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram manifestantes quebrando vitrines de lojas, pichando muros e promovendo saques. Um restaurante de sushi teve a porta arrombada, a caixa registradora saqueada e seus funcionários agredidos verbalmente por um grupo mascarado. A sede do Departamento de Polícia de Los Angeles também foi vandalizada, com janelas quebradas e pichações nas paredes.
Ao menos 39 pessoas foram presas pela Polícia de Los Angeles e outras 17 pela Patrulha Rodoviária da Califórnia, segundo a imprensa local. Em diversos pontos da cidade, carros foram incendiados, bandeiras dos EUA queimadas e manifestantes gritavam palavras de ordem contra as ações do governo federal e a política migratória do presidente Donald Trump.
Em resposta, o governo federal mobilizou rapidamente as forças de segurança. No sábado (7), o presidente Trump ordenou o envio de dois mil agentes da Guarda Nacional. No domingo, mais dois mil soldados foram destacados, e a Casa Branca não descartou o envio de fuzileiros navais. “Essa é uma insurreição, e será tratada como tal”, afirmou Stephen Miller, vice-chefe de gabinete de políticas da Casa Branca.
Trump defendeu o uso da força para conter os protestos e restaurar a ordem. “Não vamos permitir que anarquistas destruam nossas cidades”, declarou a jornalistas. As primeiras tropas chegaram a Los Angeles ainda no domingo (8), e o centro da cidade foi parcialmente bloqueado.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, reagiu duramente à intervenção federal, chamando a ação de “invasão inconstitucional” e uma tentativa do governo Trump de enfraquecer os poderes dos estados. Ele anunciou que entrará com ação judicial para contestar o envio da Guarda Nacional sem consulta ao governo estadual.
Apesar das prisões e da presença militar, os protestos continuaram nesta segunda-feira (9), com novos focos de confronto e fechamento de rodovias. Ainda não há previsão de quando a situação será controlada.
Entenda o contexto
As manifestações foram motivadas por operações surpresa do ICE em bairros de maioria latina, sob acusações de violações das regras de imigração. Grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que muitos dos detidos vivem legalmente no país ou estão em processo de regularização. A reação da população refletiu o medo de novas prisões em massa e o repúdio ao endurecimento da política migratória.
* Com informações da RT. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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