Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quinta-feira (24), mostra que pelo menos 70 empresas brasileiras mantêm investimentos produtivos em 23 dos 50 estados norte-americanos, com um estoque acumulado de US$ 22,1 bilhões em 2024 — um crescimento de 52,3% em relação a 2014.
Entre 2020 e 2024, foram anunciados mais de US$ 3,3 bilhões em novos projetos nos Estados Unidos. Setores como alimentos e bebidas (28%), plásticos (12,4%), produtos de consumo (9,8%), software e serviços de TI (9,6%) e metais (9,3%) lideram o movimento de internacionalização da indústria brasileira.
“Nos últimos cinco anos, 70 empresas brasileiras anunciaram projetos nos EUA”, destacou a CNI, citando investimentos expressivos da JBS (US$ 807 milhões), Omega Energia (US$ 420 milhões), Companhia Siderúrgica Nacional (US$ 350 milhões), Bauducco Foods (US$ 200 milhões) e Embraer (US$ 192 milhões).
Destaques em 2025: novos investimentos e geração de empregos
Nos cinco primeiros meses de 2025, nove empresas brasileiras anunciaram novos investimentos em solo americano. Entre os principais anúncios estão:
- Embraer: novo centro de manutenção no Texas (US$ 70 milhões / 250 empregos);
- JBS: nova planta em Iowa (US$ 135 milhões / 500 empregos);
- Sustainea (parceria Braskem-Sojitz): fábrica de biocombustíveis em Indiana (US$ 400 milhões).
No total, a CNI mapeou 2.962 empresas brasileiras com presença nos EUA, o que evidencia a forte integração econômica entre os dois países.
“O setor produtivo brasileiro vê na relação com os Estados Unidos mais que comércio — vê parceria. Os investimentos bilaterais reforçam os benefícios mútuos dessa integração”, afirmou Ricardo Alban, presidente da CNI.
Empresas americanas também reforçam presença no Brasil
Na via contrária, 186 empresas dos Estados Unidos anunciaram novos negócios no Brasil entre 2020 e 2025. Entre as maiores estão:
- Bravo Motor Company (US$ 4,3 bilhões)
- Microsoft (US$ 3 bilhões)
- CloudHQ (US$ 3 bilhões)
- Amazon.com (US$ 2,8 bilhões)
- New Fortress Energy (US$ 1,6 bilhão)
De 2015 a 2025, os setores mais atrativos para os norte-americanos no Brasil foram:
- Comunicações: 31%
- Montadoras de veículos: 13,5%
- Carvão, petróleo e gás: 11,4%
- Serviços financeiros: 10,9%
- Energias renováveis: 7,1%
*Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Espírito Santo.