No dia em que Adoniran Barbosa completaria 115 anos, a Galeria do Rock, no centro de São Paulo, promove uma homenagem especial ao ícone do samba paulistano. A programação gratuita acontece nesta quarta-feira (6), a partir das 18h, no Espaço Arena Galeria, com um pocket show da cantora Marcia Mah, exibição do curta-metragem “Saudosa Floresta” e uma exposição de objetos pessoais do compositor, pertencentes ao acervo do produtor cultural Cassio Pardinio.
O curta de animação “Saudosa Floresta” narra, de forma poética, o encontro entre João Rubinato (verdadeiro nome de Adoniran) e a sabiá-laranjeira, símbolo da biodiversidade brasileira, em meio a temas como desmatamento e falta de moradia. A produção é assinada por Marcia Mah, o cartunista Barão do Pirapora, o filmmaker Juca Mencacci, o músico Luiz Anthony, Maurício Nogueira e o ator Alexandre Franklin.
A trajetória de Adoniran Barbosa
Nascido em Valinhos (SP), filho de imigrantes italianos, Adoniran trabalhou em diversas profissões antes de iniciar sua carreira no rádio, em 1941, na Rádio Record. Lá, conheceu o grupo Demônios da Garoa, com quem firmou uma das mais marcantes parcerias da música brasileira.
Adotou o nome “Adoniran” em homenagem a um amigo, e “Barbosa” ao sambista Luiz Barbosa. Suas composições combinam humor, lirismo e crítica social, sempre com a linguagem coloquial do povo paulistano.
Legado musical e crítica social
Entre seus maiores sucessos estão:
- “Trem das Onze”
- “Samba do Arnesto”
- “Tiro ao Álvaro”
- “Saudosa Maloca”
As canções retratam a vida nos bairros centrais de São Paulo, como o Brás, usando uma linguagem popular e carregada de identidade cultural. Em “Samba do Arnesto”, Adoniran brinca com a oralidade: “nós não semos tatu”, expressão que causou censura na época da ditadura militar.
Em “Tiro ao Álvaro”, o trocadilho entre “Álvaro” e “alvo” mostra a inventividade lírica do compositor. Já em “Saudosa Maloca”, a dor do despejo é transformada em poesia: “cada tábua que caía, doía no coração”.
Falecimento
Adoniran Barbosa faleceu em 23 de novembro de 1982, aos 72 anos, vítima de enfisema pulmonar. Foi sepultado no Cemitério da Paz, em São Paulo, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira.
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