Durante cerimônia realizada nesta quinta-feira (24), em Minas Novas (MG), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente a postura do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao Brasil, após o anúncio de uma guerra tarifária contra o país. A declaração ocorreu durante o evento em que o Governo Federal anunciou R$ 1,7 bilhão para políticas públicas educacionais voltadas a indígenas e quilombolas.
Lula afirmou que o Brasil seguirá buscando diálogo com os EUA, mas alertou que o país não deve se submeter à pressão estrangeira. “Não abaixe a cabeça nunca. Porque se você abaixar a cabeça, eles botam uma cangalha e a gente não levanta mais”, declarou, sob aplausos do público, que incluía lideranças indígenas e quilombolas da região.
O presidente relatou um episódio de 2003, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, quando era recém-eleito. Segundo ele, ao entrar em uma sala de reuniões com o então chanceler Celso Amorim, foi ignorado por líderes internacionais. Mas tudo mudou com a entrada do então presidente americano George W. Bush. “Eu disse ao Celso Amorim: ‘Não vamos nos levantar’”, relembrou Lula. “E o Bush foi lá e nos cumprimentou. Sabe o que eu aprendi? Ninguém respeita quem não se respeita.”
Em tom firme, Lula também disse que o governo está pronto para apoiar o empresariado brasileiro caso as tarifas impostas pelos EUA se concretizem. Contudo, reafirmou que seu compromisso principal é com a população mais vulnerável:
“Eu tenho lado. E o meu lado é o povo pobre deste país.”
O discurso do presidente ocorre em meio a tensões diplomáticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos, após Trump anunciar novas tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, o que foi interpretado como uma retaliação política.
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