O Governo Federal lançou uma nova versão do AgroAmigo, programa de microcrédito rural voltado à agricultura familiar que agora será nacionalizado. A iniciativa tem como objetivo impulsionar a renda no campo, estimular a inclusão produtiva e reduzir desigualdades nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Coordenado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), o programa vai disponibilizar até R$ 1 bilhão em contratos de crédito, operados com apoio da Caixa Econômica Federal, com juros simbólicos de 0,5% ao ano e bônus de adimplência de até 40%.
De onde surgiu a ideia do novo AgroAmigo?
O programa é inspirado no modelo bem-sucedido criado pelo Banco do Nordeste. Segundo o secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, a proposta surgiu da necessidade de direcionar os Fundos Constitucionais — historicamente voltados a grandes produtores — também para os pequenos agricultores.
“Queremos combater a fome e promover inclusão produtiva. O AgroAmigo é uma ferramenta concreta para isso”, afirma Tavares.
O piloto inicial contou com R$ 300 milhões dos Fundos Constitucionais do Norte (FNO) e do Centro-Oeste (FCO). Com resultados positivos, a linha foi expandida para atender até 100 mil famílias.
Quem pode acessar o AgroAmigo?
O programa é direcionado a agricultores familiares enquadrados no Pronaf, com renda bruta anual de até R$ 50 mil. Podem participar:
- Assentados da reforma agrária
- Ribeirinhos
- Comunidades extrativistas
- Pescadores artesanais
- Povos indígenas
- Quilombolas
Quanto pode ser contratado?
Os valores são definidos de acordo com o perfil do agricultor:
- AgroAmigo Jovem (18 a 29 anos): até R$ 8 mil
- AgroAmigo Mulher: até R$ 15 mil
- AgroAmigo Homem: até R$ 12 mil
“Aumentamos o limite para as mulheres como forma de fortalecer sua autonomia e combater desigualdades de gênero”, explicou Tavares.
Para que serve o microcrédito?
O AgroAmigo atende a dois tipos de operação:
- 1. Investimento:
- Construção de armazéns, cisternas e sistemas de irrigação
- Aquisição de matrizes, reprodutores ou maquinário
- Implantação de pequenas agroindústrias
- 2. Custeio:
- Compra de sementes, adubo, ração e combustível
- Pagamento de trabalhadores temporários durante o plantio ou colheita
Condições facilitadas de pagamento
- Juros de 0,5% ao ano
- Prazo de até 3 anos para quitar o financiamento
- Bônus de adimplência de até 40%
➡ Exemplo: um agricultor que contrata R$ 12 mil e paga em dia pode pagar apenas R$ 7.200 ao final do contrato.
Como garantir que o recurso chegue aos que mais precisam?
Para facilitar o acesso, o governo adotou duas estratégias principais:
- Atendimento itinerante por cooperativas e sindicatos locais, com apoio de instituições como a Conexsus e a CACTVS.
- Mutirões de microcrédito, com presença de agentes da Caixa, Sebrae e prefeituras, como o realizado em Macapá.
Durante os mutirões, os agricultores recebem orientação, regularizam documentos como o Cadastro da Agricultura Familiar (CAF) e iniciam a solicitação do crédito no local.
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