Pacientes com câncer de mama metastático e representantes da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) realizaram nesta quarta-feira (9), uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Brasília. O grupo pede a disponibilização imediata de medicamentos já aprovados no Sistema Único de Saúde (SUS), mas que ainda não são oferecidos às pacientes da rede pública.
A mobilização faz parte da campanha “PCDT Rosa: Quantos passos faltam?”, que simboliza a jornada das pacientes pelo acesso a tratamentos mais modernos e eficazes. A referência é ao Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do câncer de mama, publicado em dezembro de 2024, e que padroniza as linhas de cuidado para a doença, inclusive em estágios avançados.
“Esse protocolo existe para regulamentar o uso dos medicamentos incorporados. Sem ele, mesmo medicamentos aprovados desde 2021 não estavam sendo disponibilizados”, explicou Mely Paredes, coordenadora de comunicação da Femama.
Segundo Mely, oito meses após a publicação do PCDT, o acesso a terapias essenciais, como inibidores de ciclina e trastuzumabe entansina, ainda não foi garantido às pacientes da rede pública.
Situação crítica para pacientes metastáticas
Mesmo com a regulamentação vigente, muitas mulheres com câncer de mama avançado continuam recebendo tratamentos desatualizados. Isso pode comprometer tanto a qualidade de vida quanto a sobrevida dessas pacientes.

“Não é que elas estão sem tratamento, mas os que recebem não são os mais adequados para o estágio da doença”, alertou Mely.
A Femama destaca que a publicação do protocolo representa apenas o início da caminhada. A campanha transforma esse percurso em uma contagem de passos — como em aplicativos de corrida — para mostrar simbolicamente quanto tempo e esforço já foram gastos desde a incorporação dos medicamentos ao SUS.
Câncer de mama no Brasil
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil registra cerca de 74 mil novos casos de câncer de mama a cada ano. Como 75% da população depende exclusivamente do SUS, a falta de acesso a medicamentos atualizados representa um grave problema de saúde pública.
“Efetivar uma política pública é garantir, na ponta, o tratamento que está previsto no papel”, afirma a Femama.
*Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado Espírito Santo.
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