O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (23), um pacote de medidas para enfrentar a escassez de médicos especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS). A principal ação é a abertura de 1.778 bolsas de formação para profissionais que já possuem especialização, dentro do programa Agora Tem Especialistas.
O objetivo é ampliar o atendimento na Atenção Especializada, reduzir filas e qualificar ainda mais o serviço público. O programa é considerado inédito por financiar diretamente o aprimoramento de médicos já titulados, como destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha:
“É a primeira vez que o Ministério da Saúde realiza um programa voltado para médicos especialistas, assim como já fizemos com o Mais Médicos para a Atenção Primária.”
Primeiro edital oferta 635 vagas com início em setembro
Nesta primeira fase, serão 635 vagas com bolsa-formação de cerca de R$ 10 mil. Os cursos terão duração de 12 meses, com carga horária de 16 horas semanais de atuação prática em hospitais e policlínicas do SUS e 4 horas de atividades educacionais, como mentorias e imersões.

Os profissionais devem ter título reconhecido pela CNRM (Comissão Nacional de Residência Médica) ou pela AMB (Associação Médica Brasileira). As inscrições serão abertas em 28 de julho pela plataforma UNA-SUS.
Além das vagas imediatas, haverá 1.143 oportunidades em cadastro reserva, destinadas a estados e municípios que aderiram ao programa.
Residências multiprofissionais e incentivos para preceptores
O Ministério da Saúde também vai expandir a formação de outros profissionais da saúde, com 1.000 novas bolsas de residência multiprofissional, voltadas para áreas como enfermagem, fisioterapia e psicologia. O foco estará em especialidades essenciais ao SUS, como:
- Saúde da mulher
- Oncologia
- Reabilitação e deficiência
- Atenção Primária à Saúde
Outra novidade é o incentivo financeiro para preceptores e coordenadores de programas de residência. Serão investidos R$ 97,7 milhões até 2026 na residência médica e R$ 12,2 milhões até 2026 na residência multiprofissional.
Reconhecimento de titulação e segunda entrada na residência médica
Para valorizar a formação médica nacional, o governo passará a reconhecer o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) como critério para ingresso em subespecialidades médicas. A medida busca reduzir barreiras formativas e facilitar trajetórias acadêmicas e profissionais.
Outra mudança será a segunda entrada anual na residência médica ainda em 2025, aproveitando listas de espera para preencher vagas ociosas.
Formação em oncologia ganha reforço
A área oncológica, considerada prioritária, receberá atenção especial. Médicos residentes em Patologia e Radioterapia poderão aderir a uma trilha educacional complementar com foco em prática supervisionada e competências técnicas. Os participantes também terão acesso à bolsa-formação.
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