O Ministério da Saúde iniciou nesta quinta-feira (31) uma consulta pública para discutir a possível incorporação da vacina meningocócica do tipo B (meningo B) ao Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina já está disponível na rede privada e previne infecções causadas pelo meningococo do tipo B — o mais prevalente entre os agentes causadores de doença meningocócica.
Atualmente, o SUS oferece imunização contra quatro outros sorotipos do meningococo: A, C, W e Y. A proposta de inclusão da vacina contra o tipo B foi apresentada pela farmacêutica GSK à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que agora avalia o tema com base nas contribuições da sociedade.
O meningococo é transmitido pelo ar e pode causar meningite meningocócica, uma inflamação grave nas membranas do cérebro e da medula espinhal. A doença pode se agravar rapidamente e, em muitos casos, levar à morte. De janeiro a julho deste ano, o Brasil já registrou 2.357 casos de meningite bacteriana, com 454 óbitos. Além disso, entre 10% e 20% dos sobreviventes apresentam sequelas como surdez, amputações e danos neurológicos.
Embora a maioria dos casos notificados não tenha a sorologia identificada, pelo menos 138 infecções foram atribuídas ao meningococo tipo B, resultando em 21 mortes. Por isso, a vacina é recomendada por diversas sociedades médicas, mesmo ainda não integrando o calendário infantil do SUS. O esquema vacinal prevê três doses, aplicadas aos 3, 5 e 12 meses de idade.
Segundo o dossiê submetido à Conitec, o custo estimado da incorporação da vacina ao SUS é de cerca de R$ 6,1 bilhões em cinco anos. No entanto, a GSK defende que o investimento pode reduzir significativamente os custos com internações e tratamentos dos pacientes infectados.
A consulta pública estará aberta por 20 dias no site oficial da Conitec. Após esse período, as contribuições serão analisadas, e um relatório técnico será elaborado para decidir sobre a recomendação final — pela inclusão ou não da vacina meningo B no SUS.
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