Uma pesquisa do Observatório do Desenvolvimento, vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aponta que o Brasil ampliou significativamente suas exportações de produtos com média e alta tecnologia entre 2020 e 2024. Apesar da boa notícia, o estudo alerta que esse avanço pode estar sob risco com a imposição da tarifa de 50% pelos Estados Unidos, um dos principais mercados consumidores desses bens brasileiros.
Segundo os dados analisados, as exportações brasileiras alcançaram a marca de US$ 327 bilhões em 2024, sendo 81% desse total composto por produtos primários e baseados em recursos naturais, como soja, petróleo, minério de ferro e carne. No entanto, a novidade é o crescimento mais acelerado dos produtos com maior valor agregado.
A exportação de itens de média tecnologia, como ferro-gusa, veículos e produtos químicos, cresceu 27% no período. Já os produtos classificados como alta tecnologia, incluindo aeronaves e equipamentos de geração de energia elétrica, tiveram crescimento de 25%.
Esses avanços são considerados positivos para a estratégia de reindustrialização do Brasil, que busca reduzir a dependência de commodities e diversificar sua pauta exportadora.
Entretanto, o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que eleva em 50% as tarifas de importação de diversos produtos brasileiros, pode frear essa tendência. O estudo destaca que os Estados Unidos são os principais compradores dos produtos tecnológicos brasileiros, especialmente no setor aeroespacial e de bens industriais de alta complexidade.
“A nova tarifa representa uma ameaça concreta à política de retomada da industrialização brasileira”, alerta o Observatório. O estudo destaca ainda que, diante da crescente dependência das exportações primárias, a perda de competitividade em setores de maior valor agregado pode comprometer investimentos e cadeias produtivas estratégicas.
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