A Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, foi excluída da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, conforme divulgado nesta quarta-feira (30). Aeronaves, motores, peças e componentes foram incluídos na lista de cerca de 700 exceções à medida adotada pelo governo de Donald Trump.
Para a Embraer, a decisão representa o reconhecimento da importância estratégica da empresa tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos. “Continuamos acreditando e defendendo firmemente o retorno à tarifa zero para a indústria aeroespacial global”, afirmou a companhia em nota. A Embraer também reforçou apoio ao “diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano” e se disse confiante em um desfecho positivo para ambos os países.
Na semana passada, a empresa havia estimado que a tarifa de 50% aumentaria em cerca de R$ 50 milhões o preço de cada avião exportado aos EUA, o que inviabilizaria as vendas. Até 2030, o impacto acumulado poderia alcançar R$ 20 bilhões em tarifas.
Apesar da isenção da nova tarifa, os produtos da Embraer seguem taxados em 10% desde 2 de abril, percentual que continuará vigente em agosto.
Impacto nas ações
Com a exclusão do setor aeronáutico da nova tarifa, as ações da Embraer subiram 10,93% nesta quarta-feira (30), refletindo a reação positiva do mercado à decisão dos EUA.
Exportações e impacto econômico
Segundo a Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), os 694 produtos isentos da tarifa representam US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras em 2024 — 43,4% do total enviado aos EUA, que foi de US$ 42,3 bilhões. Somente o setor de aeronaves movimentou US$ 2 bilhões, sendo metade em aeronaves leves, carro-chefe da Embraer. O único setor com desempenho superior foi o de combustíveis, com US$ 18,4 bilhões.
Entenda o tarifaço de Trump
A medida protecionista do governo Trump foi justificada com base na alegação de que o Brasil representa uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional dos EUA”. O documento classifica o país de forma semelhante a nações hostis como Cuba, Venezuela e Irã.
Entre os pontos destacados para justificar a tarifa, estão processos judiciais contra Jair Bolsonaro, o tratamento do governo brasileiro a plataformas digitais e decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes. O texto acusa o magistrado de abusar de seu poder para perseguir opositores políticos, confiscar passaportes, prender sem julgamento e impor multas a empresas que não obedeceram ordens de censura.
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