O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encerrou nesta segunda-feira (2) a fase de depoimentos de testemunhas de acusação e defesa dos réus do núcleo 1 da trama golpista. O grupo é composto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete investigados por envolvimento direto na tentativa de golpe de Estado.
As oitivas começaram em 19 de maio e somaram 52 testemunhos, colhidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos acusados.
A última testemunha a ser ouvida foi o senador Rogério Marinho (PL-RN), convocado para depor em defesa de Bolsonaro e do general Walter Braga Netto, que foi seu candidato a vice-presidente nas eleições de 2022. Durante o depoimento, Marinho negou que ambos tenham sugerido qualquer intenção de ruptura institucional após o resultado do pleito.
Segundo o parlamentar, Bolsonaro demonstrava preocupação com a normalidade do processo de transição e temia que radicais bloqueassem estradas ou atrapalhassem a economia, o que poderia prejudicá-lo politicamente. Marinho também negou qualquer ligação direta entre Bolsonaro e os atos golpistas de 8 de janeiro, enfatizando que o ex-presidente indicou o então ministro Ciro Nogueira para liderar a transição com o novo governo.
Com o encerramento dos depoimentos, o STF marcou os interrogatórios dos réus para a próxima segunda-feira, 9 de junho. O ex-presidente e os demais acusados serão ouvidos diretamente pela Corte.
A expectativa é que o julgamento, que decidirá pela condenação ou absolvição dos envolvidos, ocorra ainda em 2025. As acusações incluem crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado. Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Quem são os réus do núcleo 1 do golpe:
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
- Walter Braga Netto – general do Exército e ex-ministro da Casa Civil
- Augusto Heleno – general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
- Paulo Sérgio Nogueira – general e ex-ministro da Defesa
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens e delator no processo
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