O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a pressionar a comunidade internacional sobre o cumprimento das promessas feitas no Acordo de Paris, sobretudo no que diz respeito à criação de mecanismos de financiamento climático. Em declaração contundente, ele criticou a falta de repasses financeiros por parte dos países desenvolvidos e alertou que o modelo atual de desenvolvimento global está levando o planeta ao colapso.
“Existe uma tarefa que possivelmente todos tenham consciência que é importante cumpri-la: criar novos mecanismos de financiamentos para mudanças climáticas”, afirmou Lula, lembrando que os compromissos assumidos em cúpulas anteriores continuam apenas no papel. “Prometeram dinheiro, mas até agora não chegou nada.”
O presidente brasileiro destacou que não há planeta alternativo e que os recursos destinados à exploração espacial não devem substituir ações concretas para proteger a Terra. “Não existe outro planeta habitável. Tem gente gastando dinheiro pra ver se tem outro planeta. Somos obrigados a começar a pensar um modelo de desenvolvimento que seja capaz de reduzir os efeitos colaterais”, alertou.
Justiça ambiental e apoio aos povos tradicionais
Lula também defendeu ajuda financeira direta a comunidades indígenas, quilombolas e populações que vivem às margens das florestas, ressaltando que essas populações são fundamentais para a preservação ambiental e precisam ser incluídas nas políticas globais de financiamento verde.
Ao abordar a desigualdade na cobrança de dívidas internacionais, o presidente mencionou o caso da África, dizendo que “não é possível que o continente africano deva mais do que possa pagar por conta dos juros”, em crítica ao sistema financeiro internacional que, segundo ele, penaliza países pobres enquanto os mais ricos ignoram seus compromissos ambientais.
A fala de Lula reforça a postura crítica do Brasil nas discussões climáticas, especialmente em fóruns multilaterais como a ONU, o G20 e o próprio Brics, que realiza sua cúpula de líderes esta semana no Rio de Janeiro.
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