A partir de 2025, a China pode deixar de comprar soja dos Estados Unidos para abastecer-se exclusivamente com o produto brasileiro. A informação foi divulgada na última quinta-feira pelo Canal Rural, com base em um artigo da renomada consultoria AgResource, especializada no mercado agrícola global.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2023/2024, o Brasil produziu 154,6 milhões de toneladas de soja, das quais 74,4 milhões foram destinadas à China. Em contrapartida, os Estados Unidos venderam entre 20 e 25 milhões de toneladas do grão para os chineses no mesmo período.
A possível decisão da China de abandonar a soja americana poderia levar o Brasil a ter que exportar quase 100 milhões de toneladas apenas para o mercado chinês, segundo a consultoria. Contudo, especialistas alertam que, hoje, o país não tem capacidade logística e produtiva para atender a essa demanda adicional.
Além do desafio logístico, a soja brasileira enfrenta uma crescente demanda interna. O setor de biodiesel já consome cerca de 20 milhões de toneladas, além do processamento para a indústria de farelo e outros derivados, que também absorvem um volume expressivo do grão.
O cenário abre uma oportunidade econômica enorme para o agronegócio brasileiro, mas também traz riscos estruturais. A ampliação da capacidade logística, o aumento da produção sustentável e a manutenção da competitividade serão desafios fundamentais nos próximos anos.
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