A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,24% no mês de junho, levemente abaixo dos 0,26% registrados em maio. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O principal fator de alta no mês foi a energia elétrica residencial, que subiu 2,96% com a entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 1. Sozinha, essa variação respondeu por 0,12 ponto percentual do IPCA. No ano, a inflação acumulada é de 2,99% e, nos últimos 12 meses, chega a 5,35%.
Em contrapartida, o grupo Alimentação e bebidas apresentou recuo de 0,18%, a primeira queda desde setembro do ano passado. A alimentação no domicílio caiu 0,43%, puxada por reduções expressivas nos preços do ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). O tomate foi um dos poucos itens com alta (3,25%).
A alimentação fora do lar também desacelerou: de 0,58% em maio para 0,46% em junho. A taxa de difusão dos preços alimentares — que indica a proporção de itens com aumento — caiu de 60% para 46%, refletindo a queda generalizada nos alimentos.
Segundo o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, sem considerar o grupo Alimentação e bebidas, a inflação de junho teria sido de 0,36%. E, se excluída a energia elétrica, o índice ficaria em 0,13%.
O grupo Habitação teve alta de 0,99%, impulsionado pela energia elétrica e pelos reajustes nas tarifas de água e esgoto (0,59%). Várias capitais registraram aumentos nas contas de luz, como Belo Horizonte (8,57%), Porto Alegre (4,41%), Curitiba (3,28%) e Rio de Janeiro, onde houve queda (-1,29%).
No grupo Transportes (0,27%), mesmo com a queda de 0,42% nos combustíveis, o aumento no transporte por aplicativo (13,77%) e nos consertos de veículos (1,03%) compensou o recuo, resultando em impacto positivo de 0,05 p.p. A passagem aérea, que havia caído em maio, subiu 0,80% em junho.
Vestuário (0,75%) também teve peso na inflação do mês, com destaque para roupas masculinas (1,03%), calçados e acessórios (0,92%) e roupas femininas (0,44%).
Outros grupos registraram as seguintes variações:
- Saúde e cuidados pessoais: 0,07%
- Despesas pessoais: 0,23%
- Comunicação: 0,11%
- Educação: 0,00%
- Artigos de residência: 0,08%
Nos chamados serviços — que incluem alimentação fora do lar e transporte por aplicativo — a inflação subiu de 0,18% em maio para 0,40% em junho. Já os preços monitorados, controlados pelo governo, desaceleraram de 0,70% para 0,60%.
Entre as regiões pesquisadas, Rio Branco teve a maior alta (0,64%), impulsionada pelo fim da meia-entrada em cinemas e pela alta da energia elétrica (3,99%). Campo Grande registrou a menor variação (-0,08%), puxada pela queda nas frutas (-5,15%) e na gasolina (-1,38%).
O INPC, que mede a inflação para famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos, registrou alta de 0,23% em junho. O acumulado do ano chegou a 3,08%, com 5,18% nos últimos 12 meses. Os alimentos recuaram 0,19%, enquanto os itens não alimentícios variaram positivamente em 0,37%.
O próximo boletim do IPCA, referente ao mês de julho, será divulgado no dia 12 de agosto.
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