A cidade de Apiacá (ES) está no centro de uma nova investigação da Polícia Federal por suspeitas de fraude eleitoral. Nesta terça-feira (1º), a PF deflagrou uma operação que cumpriu dois mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES), com foco em transferências irregulares de títulos eleitorais em troca de vantagens indevidas.
Com esta investida, a Polícia Federal sinaliza que pode ampliar a investigação para outras cidades capixabas, como Presidente Kennedy, por exemplo, onde o número de eleitores se comparado ao número de habitantes também levanta suspeitas.
As investigações começaram após denúncias indicando que eleitores estariam sendo incentivados a alterar o domicílio eleitoral para Apiacá, mesmo sem vínculo com o município, com o objetivo de interferir nos resultados das próximas eleições municipais.
Durante a operação, aparelhos celulares foram apreendidos e encaminhados para perícia técnica. A PF informou que o material poderá revelar o envolvimento de outros partícipes no esquema, contribuindo para o aprofundamento das investigações.
Os investigados poderão ser responsabilizados por corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral e transferência irregular de eleitores, crimes previstos na legislação eleitoral brasileira.
📊 Dados oficiais
Segundo o TRE-ES, Apiacá conta atualmente com 6.399 eleitores registrados — número elevado em relação à população total de 7.223 habitantes, conforme o último censo do IBGE (2022). A diferença pode ser explicada por menores de 16 anos ou pessoas privadas de liberdade, que não estão aptas a votar.
A prática de transferência irregular de títulos não é novidade no Espírito Santo. Outros municípios, como Presidente Kennedy, conforme citado, também já apresentaram desequilíbrios entre a quantidade de eleitores e a população total. Em 2024, o município tinha 13.290 eleitores registrados, número superior ao de habitantes estimados em anos anteriores.
Casos semelhantes têm sido observados em cidades da Grande Vitória, onde políticos declaram domicílio eleitoral em municípios menores, embora residam em áreas nobres como Praia do Canto e Praia da Costa.
Apesar das denúncias recorrentes, muitos desses casos ainda não foram formalmente investigados pela Justiça Eleitoral.
A Polícia Federal afirmou que as investigações em Apiacá continuam e novas fases da operação não estão descartadas. O foco é garantir a integridade do processo eleitoral e punir práticas que violam a democracia e a lisura das eleições.
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