Um recibo emitido por uma casa noturna de Fortaleza, no Ceará, viralizou nesta quinta-feira (10) após aplicar uma taxa extra a um turista dos Estados Unidos. O motivo? Uma ironia direta à política econômica de Donald Trump: “Tarifa do Trump +50%”, dizia o bilhete, escrito à mão. A imagem circulou pelas redes sociais e rapidamente entrou para os Trending Topics, sendo compartilhada com comentários que vão da gargalhada à crítica política.
O episódio é uma reação popular à recente decisão de Trump, novamente candidato à presidência dos EUA, de taxar em 50% produtos brasileiros, medida que gerou revolta no governo Lula e no setor produtivo nacional. Embora sem efeito legal, o gesto do cabaré cearense se tornou um símbolo instantâneo da insatisfação popular — uma resposta debochada em tempos de guerra comercial e redes sociais.
Lula reage com tom firme na TV
Horas após a viralização da imagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi à TV reafirmar que o Brasil “não aceitará essa afronta econômica de forma passiva”. Durante entrevista ao Jornal Nacional, Lula anunciou que acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) e poderá aplicar a Lei da Reciprocidade, que permite ao Brasil retaliar com medidas tarifárias semelhantes.
“Se Trump quer guerra comercial, o Brasil está pronto para se defender com inteligência, diplomacia e justiça internacional”, disse Lula.
Apesar de não ter relação com o governo, o recibo viral capturou — e amplificou — o sentimento nacional. “Em tempos digitais, um recibo pode ser mais eloquente que um tratado diplomático”, comentou um internauta.
Uma sátira entre o riso e a crítica
O turista americano — cuja identidade não foi divulgada — teria sido surpreendido pela taxa durante uma visita a uma casa noturna em Fortaleza. A autenticidade formal do recibo ainda não foi verificada, mas a frase “Tarifa do Trump +50%” estampada na cobrança chamou atenção internacional.
Especialistas apontam que o episódio é um retrato da resistência cultural brasileira, que mistura crítica e humor para lidar com situações de injustiça. A taxação norte-americana, por sua vez, é vista como um movimento de Trump para agradar setores protecionistas dos EUA em sua campanha à reeleição, com foco no agronegócio e na indústria local.
E o que diz a lei?
Apesar de inusitada, a cobrança não tem implicações legais sérias. A aplicação da “Tarifa do Trump” em um ambiente privado é considerada um gesto isolado e simbólico. O caso, no entanto, levanta reflexões sobre relações diplomáticas, xenofobia velada e poder das redes sociais.
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