O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (8) prorrogar por mais 60 dias o inquérito que apura a conduta do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação.
A decisão atende a um pedido da Polícia Federal (PF), responsável pelas investigações. O processo foi aberto em maio deste ano a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e está relacionado à suposta tentativa do parlamentar de incitar o governo dos Estados Unidos a adotar medidas contra Moraes, relator do caso.
A investigação integra o contexto mais amplo das ações golpistas de 8 de janeiro de 2023 e do inquérito das fake news. Moraes também atua na condução dessas frentes no STF.
Em março deste ano, enquanto o STF transformava o ex-presidente Jair Bolsonaro em réu por tentativa de golpe, Eduardo Bolsonaro pediu licença de 122 dias do mandato e se mudou para os Estados Unidos, alegando risco de prisão por “perseguição política”.
Trump critica STF e Lula reage
A polêmica ganhou novo fôlego nesta semana após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicar uma mensagem nas redes sociais em defesa de Jair Bolsonaro. Trump classificou o julgamento como uma “caça às bruxas” e afirmou que está “assistindo de perto” o caso. “Deixem Bolsonaro e seus apoiadores em paz”, escreveu.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu à declaração de Trump nesta segunda-feira (7), ressaltando que o Brasil é um país soberano e que não aceitará interferências externas no funcionamento das instituições democráticas. “Não aceitamos tutela de ninguém”, afirmou Lula.
O inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro segue em sigilo, e a conclusão depende do avanço das diligências em curso pela PF. A defesa do deputado ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão mais recente do STF.
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