O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta segunda-feira (30), o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, que destinará R$ 89 bilhões para crédito rural por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e ações complementares como compras públicas, assistência técnica, seguro agrícola e garantia de preço mínimo. Trata-se do maior valor já investido no setor, superando os R$ 76 bilhões de 2024.
Do montante total, R$ 78,2 bilhões são destinados exclusivamente ao Pronaf, que celebra 30 anos como uma das políticas mais relevantes para o desenvolvimento rural do Brasil. Estão mantidas as taxas de juros de 3% para produção de alimentos essenciais como arroz, feijão, mandioca e leite, podendo cair para 2% em cultivos orgânicos ou agroecológicos.

Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, Lula exaltou o impacto econômico e social do programa. “Uma taxa de juro a 3% com inflação de 5% é menos que juro zero. Nossos bancos estão fazendo aquilo que historicamente não se fazia nesse país”, destacou.
Mais tecnologia e produção sustentável
O presidente também reforçou a importância da mecanização agrícola como forma de elevar a produtividade e a qualidade de vida no campo. O limite de crédito para aquisição de máquinas de pequeno porte subiu de R$ 50 mil para R$ 100 mil, mantendo taxa de juros de 2,5%. Para equipamentos maiores, até R$ 250 mil, os juros são de 5%, com subsídio do governo federal.
Foram ainda anunciadas linhas especiais de crédito para práticas sustentáveis e sociais, como irrigação eficiente, adaptação climática e conectividade rural. Mulheres rurais terão acesso a microcrédito de até R$ 20 mil com juros de apenas 0,5% ao ano e bônus de adimplência de até 40%, para uso em quintais produtivos – espaços que combinam agricultura, criação de animais e cuidados com a família.
Investimentos em proteção e inovação
O plano também prevê R$ 1,1 bilhão para o programa Garantia-Safra e R$ 5,7 bilhões para o Proagro Mais, voltados à proteção contra perdas na lavoura. Para apoiar a comercialização da produção, serão investidos R$ 3,7 bilhões em compras públicas, R$ 240 milhões em assistência técnica e R$ 42,2 milhões na garantia de preço mínimo de produtos da sociobiodiversidade, como babaçu, pirarucu e borracha.
Um dos destaques do lançamento foi o novo Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), que tem como meta diminuir progressivamente o uso de químicos sintéticos na produção agrícola. “A institucionalização do Pronara insere o debate sobre agrotóxicos no centro das políticas nacionais de desenvolvimento rural e segurança alimentar”, afirmou Lula.

O Pronara será coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, em articulação com os ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, da Saúde, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social. A estratégia foi construída em parceria com a sociedade civil e prevê incentivo ao uso de bioinsumos, monitoramento de resíduos e fortalecimento da assistência técnica agroecológica.
O governo ainda anunciou, para esta terça-feira (1º), o lançamento do Plano Safra 2025/2026 voltado ao agronegócio, com crédito para médios e grandes produtores rurais.
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