O governo brasileiro manifestou sua indignação com a decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre os produtos exportados pelo Brasil, com início previsto para 1º de agosto. A reação foi formalizada em carta enviada nesta segunda-feira, 15 de julho, pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ao secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer.
No documento, o Brasil destaca que a medida terá um impacto negativo significativo em setores relevantes das duas economias e ameaça uma parceria comercial considerada histórica. As autoridades brasileiras lembram que o relacionamento bilateral tem mais de dois séculos e que o comércio sempre foi um dos pilares da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias do continente americano.
A carta também afirma que, desde abril de 2025, o Brasil tem mantido diálogo contínuo com os Estados Unidos, buscando soluções que fortaleçam o comércio bilateral. O governo brasileiro alega que tem acumulado déficits comerciais expressivos com os EUA, somando quase 410 bilhões de dólares nos últimos 15 anos, segundo dados do próprio governo norte-americano.
Para tentar solucionar o impasse, o Brasil entregou em 16 de maio uma minuta confidencial com sugestões de áreas para negociação, mas até o momento não recebeu nenhuma resposta formal das autoridades americanas.
Diante da urgência do tema, o governo brasileiro reiterou na carta seu interesse em receber comentários sobre a proposta e enfatizou estar disposto a seguir negociando. O objetivo é encontrar uma solução mutuamente aceitável, preservar os laços históricos entre os dois países e evitar os impactos negativos que a elevação tarifária poderá provocar no comércio bilateral.
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