Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) estão à frente de um desenvolvimento que pode revolucionar o armazenamento de energia. Eles criaram uma bateria baseada em polímeros fluorados que não apenas se mostra significativamente mais eficiente que as tradicionais baterias de íon-lítio, como também aponta para ser uma alternativa mais barata e ambientalmente mais sustentável.
O cerne da inovação está no uso estratégico do flúor como componente fundamental. Nos novos polímeros desenvolvidos, o flúor é o responsável por otimizar a liberação e o armazenamento de energia, tornando o desempenho do eletrodo condutor muito mais eficiente. Essa eficiência se traduz em um salto impressionante na capacidade de armazenamento.
Enquanto uma bateria comercial de íon-lítio oferece cerca de 140 mAh/g (miliamperes-hora por grama), a bateria de polímeros fluorados da UFF alcança a marca de mais de 1000 mAh/g – uma capacidade oito vezes superior. Esse aumento drástico na densidade energética é um dos principais trunfos da tecnologia.
“Essa bateria de polímero fluorado é uma alternativa mais barata e sustentável às baterias de lítio, que são amplamente utilizadas em eletrônicos portáteis e mobilidade elétrica, mas têm alto custo de produção e causam muitos impactos ambientais”, explica o professor Samuel Bertolini, coordenador da pesquisa. Ele ressalta que as aplicações potenciais são tão diversas quanto as do lítio: “Seu uso é possível em carros, smartphones, drones e até operações mais complexas”.
Além de se apresentar como uma forte concorrente ao lítio, a tecnologia também demonstra versatilidade. “A tecnologia também poderá ser testada como alternativa para baterias de sódio e magnésio”, complementa Bertolini, ampliando ainda mais o seu potencial de mercado.
A pesquisa, realizada com apoio fundamental da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Rio de Janeiro), já deu frutos concretos em termos de propriedade intelectual: uma patente já foi aprovada no Brasil e o processo de proteção internacional está em andamento, com planos de registro em mercados estratégicos como China, Europa, Estados Unidos, Japão e Vietnã.
Com a base tecnológica validada e protegida, o próximo passo da equipe da UFF é avançar nas etapas de desenvolvimento da pesquisa. O objetivo final é aprimorar a tecnologia a ponto de atrair investidores interessados em sua comercialização em larga escala, trazendo essa inovação promissora e genuinamente brasileira para o mercado global de energia.
*Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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