O inverno rigoroso no Rio Grande do Sul intensificou a circulação de vírus respiratórios e provocou aumento nos casos de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Diante desse cenário, os Hospitais Universitários Federais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no estado estão atuando na assistência, prevenção e orientação à população.
As três unidades da Rede Ebserh no RS são: o Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) e o Hospital Universitário de Santa Maria da Universidade Federal de Santa Maria (Husm-UFSM).
Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), até 8 de agosto de 2025 o estado registrou mais de 13.400 internações e 1.170 óbitos por SRAG. A influenza foi a principal causa, com 2.945 hospitalizações e 472 mortes. A incidência chega a 117 casos por 100 mil habitantes, com taxa de mortalidade de 10,20 por 100 mil. Cerca de 27% dos pacientes precisaram de UTI.
Sintomas e diferenças entre SG e SRAG
De acordo com a infectologista Heruza Zogbi, do HU-Furg, a SG se caracteriza por febre de início súbito, tosse ou dor de garganta, associada a dor de cabeça, dor muscular ou articular. Já a SRAG inclui falta de ar, dor ou pressão no tórax, saturação de oxigênio ≤ 94% e coloração arroxeada nos lábios.
A SG pode ser causada por diversos vírus, como Influenza (H1N1, H3N2), SARS-CoV-2, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Metapneumovírus, Rinovírus e Adenovírus. O tratamento envolve repouso, hidratação e analgésicos simples. Persistência ou agravamento dos sintomas exige atendimento médico.
Cuidados e grupos vulneráveis
Crianças menores de dois anos, idosos e não vacinados são mais vulneráveis. Pessoas com sintomas devem evitar contato social ou usar máscara. A vacinação contra Covid-19, gripe e VSR continua sendo a principal forma de prevenção individual e coletiva. A testagem ajuda a identificar o vírus e definir o tratamento.
Riscos da automedicação
O infectologista Hilton Luis Alves Filho, do HE-UFPel, alerta para o uso inadequado de medicamentos. Antibióticos não combatem vírus e corticoides sistêmicos não são indicados para gripe, salvo em casos específicos. O ácido acetilsalicílico deve ser evitado em crianças e adolescentes devido ao risco de síndrome de Reye.
Vacinação e medidas preventivas
A imunização anual contra a gripe, recomendada a partir dos seis meses de idade, reduz casos graves e óbitos, especialmente em pessoas com doenças respiratórias crônicas. Outras medidas incluem:
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar;
- Lavar as mãos com frequência;
- Evitar contato próximo com pessoas sintomáticas;
- Usar máscara em ambientes fechados e pouco ventilados;
- Manter espaços arejados.
Segundo Hilton, a combinação entre vacinação, uso racional de medicamentos e prevenção é essencial para reduzir internações e mortes.
Sobre a Ebserh
A Rede Ebserh, vinculada ao Ministério da Educação, administra 45 hospitais universitários federais, unindo atendimento 100% SUS, formação de profissionais e pesquisa em saúde.
*Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram