A Polícia Federal concluiu que o pen drive encontrado no banheiro da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante operação realizada na última sexta-feira (18), não possui relevância para as investigações em curso. O dispositivo foi apreendido durante buscas autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e passou por uma análise preliminar dos peritos da PF.
Segundo fontes da corporação, o conteúdo do pen drive não apresenta elementos que colaborem com o inquérito que apura suposta tentativa de golpe e articulações contra o sistema democrático no Brasil. Um relatório final ainda será elaborado, mas o item já foi descartado como elemento probatório relevante.
Em entrevista após a ação, Bolsonaro afirmou que desconhecia a existência do pen drive e chegou a insinuar que o dispositivo teria sido plantado pelos agentes. No entanto, as buscas foram integralmente registradas por câmeras corporais da Polícia Federal, o que dificulta qualquer contestação sobre o procedimento.
Celular é o novo foco
Com o pen drive considerado irrelevante, a PF agora concentra esforços na análise do celular do ex-presidente, também apreendido durante a operação. Investigadores querem saber se há registros de diálogos entre Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sobre ações nos Estados Unidos que buscavam pressionar o governo Donald Trump a reagir contra o STF durante o julgamento da tentativa de golpe de 2022.
Outros itens também foram apreendidos na operação, como valores em espécie (R$ 8 mil e US$ 14 mil) e cópias de processos judiciais estrangeiros contra o ministro Alexandre de Moraes. Esses materiais ainda estão sendo catalogados e analisados pelos investigadores.
A operação faz parte do inquérito que investiga a organização de uma rede de desinformação, ataques ao sistema eleitoral e articulações golpistas. A defesa do ex-presidente ainda não se manifestou oficialmente sobre o novo rumo das apurações.
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