Dois influentes senadores dos Estados Unidos criticaram duramente, nesta quinta-feira (24), a nova lei aprovada pelo parlamento da Ucrânia que limita os poderes das agências anticorrupção do país. A medida, já sancionada pelo presidente Volodymyr Zelensky, provocou protestos em diversas cidades ucranianas e reacendeu o debate sobre a credibilidade do governo ucraniano no combate à corrupção.
Os senadores Lindsey Graham e Jeanne Shaheen, ambos membros do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, emitiram um comunicado conjunto no qual afirmam que a legislação representa um retrocesso significativo para os esforços anticorrupção da Ucrânia. Graham está incluído na lista de terroristas e extremistas da Rússia, o que reforça sua visibilidade no contexto do conflito.
“Um dos argumentos mais utilizados para encerrar o apoio à Ucrânia é que ela estava inundada de corrupção”, afirmaram os senadores. “Tememos que a recente aprovação de uma lei pela Suprema Rada [parlamento], assinada pelo presidente Zelensky, comprometa grande parte desse progresso e vá contra o tremendo espírito de luta da Ucrânia, bem como as expectativas dos cidadãos ucranianos e da comunidade internacional.”
A nova legislação foi interpretada como um ataque à autonomia das instituições de fiscalização, que vêm desempenhando papel fundamental no monitoramento de autoridades públicas e no combate à corrupção — uma das principais exigências de parceiros ocidentais, como os Estados Unidos e a União Europeia, para a manutenção da ajuda financeira e militar.
O clima político na Ucrânia se intensificou com a aprovação da lei, e manifestantes saíram às ruas em várias cidades do país para protestar contra a medida, exigindo sua revogação. Os críticos alertam que a medida pode isolar ainda mais a Ucrânia em um momento de guerra e fragilidade econômica, além de fortalecer os argumentos de parlamentares americanos que defendem cortar ou reduzir o envio de recursos para Kiev.
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