A Assembleia Geral das Nações Unidas elegeu nesta terça-feira (3) a Libéria e a República Democrática do Congo (RDC) como novos membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU (CSNU) para o biênio 2026-2027. A votação ocorreu em Nova York e refletiu o crescente clamor por uma reforma estrutural no principal órgão de tomada de decisões sobre paz e segurança internacionais.
A RDC obteve 183 votos, e a Libéria, 181, superando com folga os dois terços necessários entre os 193 Estados-membros. Os dois países africanos substituirão Argélia e Serra Leoa, cujos mandatos terminam em dezembro de 2025. Na mesma votação, também foram eleitos Bahrein (186 votos), Letônia (178) e Colômbia (180).
A eleição marca um passo simbólico para a representatividade africana no CSNU. O continente, frequentemente foco de deliberações do Conselho, ainda não possui um assento permanente — lacuna classificada como “injustiça histórica” pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. Ele defende a criação de uma cadeira permanente para a África, uma reivindicação também encampada pela União Africana por meio do grupo C-10.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também manifestou apoio à iniciativa, dizendo que a medida refletiria “a aspiração legítima do continente de participar das decisões globais de forma significativa”.
O Conselho de Segurança é formado por 15 membros — cinco permanentes com poder de veto (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e dez rotativos, que cumprem mandatos de dois anos, sem direito a veto.
A eleição da RDC ganha atenção particular por coincidir com o agravamento do conflito armado no leste do país. Desde janeiro, forças congolesas enfrentam o grupo rebelde M23, que tomou cidades estratégicas como Goma e Bukavu. Um relatório da Human Rights Watch divulgado ontem aponta a execução sumária de ao menos 21 civis em fevereiro.
Com sua nova posição no CSNU, tanto a Libéria quanto a RDC assumem não apenas o papel de influenciar decisões internacionais, mas também a responsabilidade de representar um continente que exige maior protagonismo global.
* Da Agência Fonte Exclusiva com informações da Agência RT. Compartilhe este artigo do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram