A Telefónica anunciou prejuízo líquido de € 51 milhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o lucro de € 417 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. A queda foi atribuída a impairment contábil de € 206 milhões relativo à venda de suas unidades na Argentina, Peru, Colômbia, Uruguai e Equador, além da forte desvalorização do real frente ao euro.
A receita total diminuiu 3,7%, alcançando € 8,95 bilhões, embora tenha registrado crescimento orgânico de 1,5%, superando ligeiramente as expectativas de mercado, que apontavam € 8,92 bilhões.
O Ebitda ajustado caiu 4,8% em relação ao ano anterior, para € 2,92 bilhões, porém avançou 1,2% de forma orgânica, refletindo resiliência operacional nos mercados principais como Espanha e Brasil.
Destaques por mercados e divisão tecnológica
- Espanha, principal mercado da empresa, mostrou crescimento orgânico de 1,9% na receita, com EBITDA estável em € 1,13 bilhão e adição líquida de clientes mais alta desde 2018.
- No Brasil, a Telefónica Brasil apresentou forte desempenho: receita subiu 7,1%, EBITDA cresceu 8,8% e lucro líquido atingiu R$ 1,3 bilhão, impulsionado por segmentos de pós-pago e fibra óptica.
- A divisão Telefónica Tech, dedicada a serviços de TI, registrou crescimento de 12,5% na receita, influenciada pela demanda de Cloud, IoT e cibersegurança, totalizando € 566 milhões no trimestre.
Semestral e orientações mantidas
Nos primeiros seis meses do ano, o resultado acumulado foi negativo em € 1,355 bilhão, incluindo perdas de € 1,913 bilhão das operações descontinuadas na América Latina. As operações contínuas geraram lucro de € 558 milhões, 46,3% abaixo do mesmo período de 2024.
Apesar da queda nos resultados, a companhia manteve suas projeções para 2025, incluindo crescimento orgânico de receita e Ebitda, geração de caixa robusta e distribuição de dividendo em espécie de € 0,30 por ação, a ser pago em duas parcelas (dezembro de 2025 e junho de 2026).
Finanças e balanço estratégico
A estrutura financeira da Telefónica segue sólida: dívida líquida caiu 5,5%, atingindo € 27,6 bilhões; liquidez estável em € 18,6 bilhões e maturidade média da dívida de quase 11 anos. Os investimentos (CapEx) totalizaram € 2 bilhões, reduzidos em 6,8% em termos orgânicos, com relação CapEx/Vendas de 11,1%, dentro do alvo da empresa.
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