O apito do trem corta a serra, ecoando memórias de um Brasil que viajava sobre trilhos. Enquanto gerações mais velhas revivem a nostalgia, os jovens descobrem, pela primeira vez, a magia de uma jornada ferroviária.
A bordo do único trem de longa distância ainda ativo no país – ligando Cariacica (ES) a Belo Horizonte (MG) –, a paisagem desfila como um filme: 13 horas, 42 municípios e 30 paradas que contam histórias invisíveis aos olhos das rodovias.
O apito do trem corta a serra, ecoando memórias de um Brasil que viajava sobre trilhos. Enquanto gerações mais velhas revivem a nostalgia, os jovens descobrem, pela primeira vez, a magia de uma jornada ferroviária.
A bordo do único trem de longa distância ainda ativo no país – ligando Cariacica (ES) a Belo Horizonte (MG) –, a paisagem desfila como um filme: 13 horas, 42 municípios e 30 paradas que contam histórias invisíveis aos olhos das rodovias.
Uma viagem no tempo e nos sentidos
A bordo dos vagões da EFVM (Estrada de Ferro Vitória a Minas), operada pela Vale, o passageiro experimenta mais que um deslocamento: vive uma imersão sensorial.
A linha, inaugurada em 1904, atravessa cânions, rios e matas, passando por cartões-postais como o Parque Estadual do Rio Doce (MG) e a Serra do Cipó. As janelas transformam-se em quadros vivos: de manhã, a névoa sobre as plantações capixabas; à tarde, o sol dourado nas montanhas mineiras.
Números que sustentam a história
● 700 mil passageiros/ano: trabalhadores, turistas e moradores de cidades sem acesso a rodovias confiáveis;
● 30 paradas estratégicas: de Ibiraçu (ES) a Ipatinga (MG), atendendo comunidades rurais;
● Tarifa popular: R$ 32 (trecho completo – econômico), democratizando o acesso.
Para idosos, a viagem resgata lembranças de uma época em que ferrovias eram artérias do progresso. Já os mais jovens, como Maria Clara, 19 anos, que fez o trajeto pela TVE-ES, surpreendem-se: “É um Brasil que não aparece no celular: pessoas compartilhando comida, histórias de vida… Parece um museu em movimento.”
Desafios sobre os trilhos
Apesar da relevância, a linha enfrenta obstáculos:
● Velocidade média de 50 km/h (limitações técnicas);
● Frota envelhecida;
● Concorrência com ônibus (viagem mais rápida, porém menos lúdica).
“Este trem é um ato de resistência. Enquanto o Brasil desmontava ferrovias, nós mantivemos viva uma rota que é política pública não declarada: liga o isolado ao urbano, o passado ao presente.” — Carlos Mendes, historiador ferroviário e ex-maquinista da rota.
SERVIÇO
Partidas diárias:
Cariacica (ES) → BH (MG): 7h (chegada às 20h);
BH (MG) → Cariacica (ES): 7h30 (chegada às 20h30).
Reservas: Site oficial da Vale ou bilheterias nas estações.
*Da Agência Fonte Exclusiva com informações do Direto da Redação. Compartilhe esta notícia do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
*A matéria de vídeo é uma produção da TVE-ES / RNCP, afiliada à TV Brasil. Outras fontes: Vale S.A., IBGE, depoimentos de passageiros (maio/2025).
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