Dietas que eliminam completamente os carboidratos estão ganhando popularidade, mas especialistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) reforçam: essa prática exige cautela.
Em estudo recente, pesquisadores destacaram que carboidratos são fundamentais para o organismo, atuando como principal fonte de energia, especialmente a glicose.
Ao analisar alimentos processados, os altos teores de açúcar e calorias preocupam. Doces e produtos industrializados com adição de açúcar refinado são digeridos rapidamente, elevando a glicemia no sangue.
O pâncreas, então, libera insulina para controlar o excesso, e o açúcar não utilizado é armazenado como gordura — processo que, a longo prazo, pode prejudicar a ação da insulina e desregular o metabolismo.
Porém, nem todo açúcar é igual. O mascavo, por exemplo, preserva nutrientes por não passar pelo processo de refinamento, diferentemente do açúcar branco. “A escolha do tipo de carboidrato faz diferença”, explica um nutricionista envolvido no estudo.
Riscos da restrição radical
Cortar carboidratos sem orientação profissional pode levar a crises de hipoglicemia (queda brusca de açúcar no sangue), desmaios e deficiências nutricionais.
“O corpo precisa de energia constante. Restrições prolongadas geram estresse fisiológico”, alertam os pesquisadores.
Mudanças sustentáveis em vez de proibições
A solução, segundo a Unicamp, não está em contar calorias ou banir nutrientes, mas em adotar hábitos equilibrados. Pequenas mudanças — como preferir carboidratos integrais, reduzir processados e combinar nutrientes — são mais eficazes que dietas radicais.
“É crucial entender a relação individual com a comida e buscar acompanhamento especializado”, concluem os experts.
O recado é claro: carboidratos não são vilões, mas aliados quando consumidos com consciência. Restringi-los totalmente pode custar caro à saúde.
*Da Agência Fonte Exclusiva com reportagem baseada em estudos da Unicamp sobre nutrição e saúde pública.