A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou ampla repercussão nos maiores jornais internacionais e se tornou um dos principais assuntos do noticiário político global. O episódio, marcado por denúncias de conspiração e desrespeito a ordens judiciais, levanta preocupações sobre a estabilidade democrática do Brasil.
Nos Estados Unidos, o Washington Post afirma que Bolsonaro é investigado por chefiar uma “organização criminosa” que teria como objetivo anular o resultado das eleições presidenciais. Segundo o jornal, há inclusive menções a supostos planos para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O New York Times, por sua vez, destaca que o caso brasileiro agora se entrelaça a uma disputa tarifária movida por Donald Trump, sugerindo que o cenário jurídico de Bolsonaro pode influenciar até relações comerciais entre os dois países.
Na Europa, o The Guardian, do Reino Unido, abordou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que justificou a prisão pelo descumprimento de medidas restritivas, como o uso de redes sociais, além do estímulo a ataques contra o STF.
Na América Latina, o argentino Clarín repercutiu um trecho simbólico da decisão judicial, segundo o qual Bolsonaro não pode tratar a Justiça como “tola” nem se proteger do cumprimento da lei com base em seu poder político ou econômico.
A cobertura global reforça a gravidade do momento político brasileiro e mostra que os desdobramentos internos têm reflexo direto na imagem do país no exterior. Para especialistas, esse tipo de atenção internacional também pressiona as instituições brasileiras a agirem com mais transparência e firmeza.
O episódio ainda levanta questões sobre a interferência de líderes políticos nas instituições democráticas e o risco de desestabilização de regimes em países com histórico recente de polarização extrema.
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