Nuvem volutus impressiona banhistas no litoral de Portugal e causa alarme momentâneo

O fenômeno, com aparência alongada e tubular, foi especialmente visível em regiões como Figueira da Foz, Tocha, Mira, Praia da Barra e Espinho, causando admiração — e também susto.

A nuvem surgiu sobre o mar e se deslocou em direção à costa, levando muitos banhistas a acreditarem que se tratava de um tsunami. Imagens do momento circularam nas redes sociais e mostraram pessoas saindo rapidamente da água, visivelmente alarmadas.

No entanto, especialistas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) esclareceram que o fenômeno é totalmente inofensivo e não representa qualquer risco à população.

A volutus, oficialmente reconhecida em 2017 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), é uma variante das nuvens stratocumulus ou altocumulus. Ela se forma em condições específicas, quando uma massa de ar úmido e instável é empurrada por uma corrente de ar, geralmente sob uma situação de inversão térmica, na qual as camadas superiores da atmosfera estão mais quentes do que as inferiores.

Diferentemente da shelf cloud (nuvem arcus), comumente associada a tempestades e vendavais, a volutus não provoca chuvas ou fenômenos meteorológicos severos. Seu impacto é puramente visual e, segundo meteorologistas, pode sinalizar apenas mudanças suaves na circulação do ar, como a chegada de uma brisa marítima ou de uma frente fria.

O fenômeno é raro, especialmente em regiões costeiras com grande presença de banhistas, o que explica a confusão inicial. Ainda assim, para os especialistas, trata-se de uma oportunidade de educação climática e de valorização das belezas naturais formadas pela atmosfera.

A aparição da nuvem volutus foi registrada por moradores e turistas, que logo transformaram o momento em vídeos e fotos virais nas redes. Apesar do susto, o episódio terminou em tranquilidade — e com muitos olhos voltados para o céu.