No dia 7 de julho, terreiros de Umbanda em todo o Brasil celebram o Grupo dos 7, força espiritual que representa o equilíbrio entre luz e sombra, direita e esquerda, justiça e misericórdia. A data — escolhida por sua simbologia ligada ao número 7 — homenageia entidades de grande poder espiritual que atuam nas sete linhas da Umbanda.
O Grupo dos 7 pode ser compreendido de diferentes formas, dependendo da vertente seguida por cada terreiro. Em geral, está associado a sete entidades altamente evoluídas, muitas vezes identificadas como Exus de Lei ou Exus Coroados, que trabalham na proteção, justiça e reequilíbrio espiritual dos caminhos humanos. Também pode simbolizar a união das sete linhas da Umbanda, cada uma regida por um Orixá e seus respectivos falangeiros.
A celebração costuma reunir elementos rituais como gira de cruzamento de linhas, defumação, pontos cantados, firmezas de vela e oferendas em encruzilhadas ou pontos de força. A intenção é reconhecer a atuação dessas entidades que transitam entre os mundos, abrindo caminhos, protegendo os médiuns e promovendo justiça espiritual.
O número 7 possui significado profundo na Umbanda. Ele está presente nas sete linhas da religião, nos sete chacras principais do corpo, nas cores do arco-íris e nos sete planos espirituais. Por isso, o dia 7 de julho (7/7) foi adotado em muitas casas como momento de reverência a essas forças complementares.
Além dos Exus que compõem esse grupo, como Exu Sete Encruzilhadas, Exu Sete Porteiras, Exu Sete Montanhas, entre outros, há casas que também reverenciam a força conjunta de sete Orixás ou sete guias de alta hierarquia que atuam em união.
A Umbanda, como religião de matriz africana brasileira, valoriza a diversidade e a liberdade de culto, e o Grupo dos 7 é uma de suas expressões mais simbólicas da integração entre opostos — mostrando que luz e sombra não são inimigas, mas partes do mesmo processo de evolução espiritual.
A data, embora não oficial no calendário nacional, tem ganhado força nas redes sociais e entre praticantes da religião, sendo reconhecida como símbolo da ancestralidade, da resistência espiritual e da sabedoria dos caminhos cruzados.
*Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.