Chegar atrasado com frequência pode não ser apenas um sinal de desorganização. De acordo com especialistas, o comportamento pode estar relacionado à chamada cegueira temporal, uma condição neurológica que prejudica a capacidade de perceber e estimar o tempo corretamente.
Segundo o psiquiatra Mauran Sivananthan, do Henry Ford Health (EUA), essa condição está ligada a dificuldades na função executiva do cérebro, responsável por planejar, organizar e lidar com tarefas cotidianas. Em entrevista à Fox News, ele explicou que a principal característica da cegueira temporal é “a incapacidade de calcular a passagem do tempo”, o que interfere diretamente na rotina.
Para a analista comportamental Laurie Singer, da Califórnia, indivíduos com essa condição “geralmente não percebem quanto tempo se passou ou quanto ainda falta para concluir uma tarefa”. Muitas vezes, subestimam o tempo necessário para se preparar ou se perdem em atividades nas quais entram em hiperfoco — estado de atenção extrema comum em pessoas com TDAH.
Embora a cegueira temporal não esteja oficialmente classificada como um transtorno independente no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), é reconhecida como sintoma comum em pessoas com TDAH. Também pode ocorrer em casos de autismo, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade, depressão, lesões cerebrais e doenças neurológicas como Parkinson e esclerose múltipla.
A condição afeta o funcionamento cotidiano e pode causar estresse, frustração e dificuldades nas relações pessoais e profissionais. Para ajudar no controle do tempo, especialistas recomendam o uso de alarmes, aplicativos de organização, planejamento visual e técnicas de gerenciamento de tarefas como apoio na rotina.
Identificar a origem dos atrasos é um passo importante para buscar ajuda profissional e desenvolver estratégias mais eficazes de adaptação.
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