A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Ana Tereza Basílio, se reúne nesta terça-feira (29) com o secretário estadual de Segurança Pública, Victor dos Santos, para tratar das ameaças recentes contra a entidade, que chegaram a provocar o fechamento temporário da sede.
As ameaças surgiram no início de julho, com indícios de envolvimento de grupos extremistas. No domingo (20), um drone foi flagrado sobrevoando a residência da presidente da OAB-RJ, acentuando o clima de insegurança.
No dia 2 de julho, um alerta de ataque iminente levou à suspensão das atividades na sede da OAB, localizada na Avenida Marechal Câmara, 150, no centro do Rio. Por precaução, o prédio foi fechado até o meio-dia do dia seguinte (3), e todos os compromissos foram cancelados.
No dia seguinte ao alerta, uma varredura completa foi realizada pela Polícia Federal, com apoio do Grupamento Antibomba da Polícia Civil. A operação contou com a atuação de 12 cães farejadores e inspeção minuciosa nos 12 andares da sede, que acabou sendo liberada ainda na tarde do mesmo dia.
Conselho Federal repudia ameaças
Em nota oficial, o Conselho Federal da OAB repudiou veementemente as ameaças sofridas pela seccional fluminense. A entidade destacou o papel de liderança e resistência democrática exercido por Ana Tereza Basílio e declarou apoio incondicional à OAB-RJ:
“Ana Tereza Basílio é uma líder aguerrida, respeitada por sua trajetória em defesa das prerrogativas e pelo compromisso com a advocacia fluminense. Qualquer tentativa de constranger sua atuação ou abalar a autonomia da seccional afronta os princípios democráticos e o livre exercício da profissão.”
O texto também reforça que qualquer forma de coação será enfrentada com firmeza e união institucional.
Memória: carta-bomba na OAB em 1980
O episódio reacende a memória de um ataque emblemático contra a OAB. Em 27 de agosto de 1980, durante a ditadura militar, a secretária Lyda Monteiro da Silva morreu ao abrir uma carta-bomba enviada à entidade. O explosivo tinha como alvo o então presidente Eduardo Seabra Fagundes.
Segundo a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio), a carta foi enviada por agentes do regime, num atentado contra a atuação crítica da OAB durante os anos de repressão. A tragédia permanece como um dos símbolos da resistência da advocacia à violência política e à censura.
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