O avanço da Ferrovia Transnordestina, uma das principais obras de infraestrutura logística do país, recebeu um novo impulso com a liberação de R$ 816,6 milhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). O valor será investido na aquisição de ações preferenciais da concessionária TLSA, responsável pela execução do empreendimento. A medida foi autorizada por meio da Lei nº 15.158, sancionada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin.
A iniciativa faz parte dos esforços do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) para garantir a finalização da ferrovia, que atravessará Piauí, Ceará e Pernambuco, conectando o Porto do Pecém (CE) ao município de Eliseu Martins (PI), em um trajeto total de 1.750 quilômetros.
Segundo o secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, a modelagem por meio da compra de ações permite à concessionária captar recursos sem comprometer o resultado fiscal da União. “Esse formato é mais ágil e garante retorno ao fundo, sem interferir no controle da companhia, que segue com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)”, destacou Tavares.
Aporte estratégico
O novo recurso foi arrecadado em março deste ano com o segundo leilão de cotas escriturais do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). Ao todo, o FDNE já investiu R$ 3,8 bilhões na Transnordestina. Em 2023, um aditivo contratual autorizou novos aportes, com previsão de até R$ 1 bilhão por ano até 2027. Desses, R$ 400 milhões já foram injetados no projeto.
O orçamento total da ferrovia está estimado em R$ 15 bilhões, sendo necessários R$ 7 bilhões adicionais para a conclusão da obra. A expectativa é de que a operação comece em 2025, em fase de testes, com o transporte inicial de soja, milho, farelo e calcário.
Avanço físico da obra
A primeira fase da Transnordestina — 1.061 km de extensão — já alcançou 75% de avanço físico. Atualmente, 85% dos lotes que conectam até o Porto do Pecém já estão contratados. A entrega integral desta fase está prevista para 2027.
A ferrovia tem potencial estratégico para o escoamento de commodities agrícolas e minérios da região, conectando polos produtivos do interior aos principais portos do Nordeste, o que deve impulsionar significativamente a economia regional e a competitividade nacional.
Operação e impacto regional
O trecho em comissionamento terá como ponto de partida o Terminal Intermodal de Cargas do Piauí, com destino ao centro-sul do Ceará e regiões de Pernambuco. A expectativa é que o início da operação reforce o papel da ferrovia como vetor de desenvolvimento e atração de investimentos para o Nordeste.
Com o apoio do Governo Federal e o engajamento do setor produtivo, a Transnordestina se consolida como uma das principais obras de integração logística do país, conectando cadeias produtivas e promovendo crescimento sustentável na região.
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