As Polícias Científica e Civil do Espírito Santo anunciaram, nesta quarta-feira (06), a participação na Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas 2025, ação que integra a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas. O objetivo é ampliar o banco nacional de perfis genéticos, facilitando a identificação de pessoas desaparecidas em todo o País.
No Espírito Santo, o serviço de coleta de DNA já é permanente. A campanha busca dar visibilidade ao atendimento, conscientizar a população e destacar os resultados da iniciativa. De acordo com o delegado Sérgio Mello, responsável estadual pela política de desaparecidos, a integração nacional tem sido fundamental. “O banco de perfis genéticos permite correlacionar material genético de corpos com familiares em todo o Brasil”, destacou.
O delegado Luiz Gustavo Ximenes, da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), reforçou que o boletim de ocorrência deve ser feito imediatamente após o desaparecimento, presencialmente ou online, com o registro correto como “Pessoas Desaparecidas”.
Ximenes também apontou os recursos tecnológicos disponíveis: além do DNA, há o sistema Amber Alert para crianças e o uso de reconhecimento facial nas investigações.
O perito oficial-geral Carlos Alberto Dal-Cin explicou o fluxo após o boletim: o familiar é encaminhado à Polícia Científica para buscar correspondências com corpos recebidos pela medicina legal e, caso negativo, coletar o DNA para inclusão no banco. Este ano, a campanha passou a incluir também pessoas vivas sem documentação que estão em abrigos e instituições.
Segundo Dal-Cin, a divulgação da campanha ampliou a busca ativa de instituições assistenciais. “Hospitais e abrigos estão nos procurando para identificação de indivíduos sem registro civil. Já obtivemos resultados positivos”, afirmou.
A perita-chefe do LABDNA, Bianca Bortolini Merlo, detalhou que a coleta de DNA acontece sem necessidade de agendamento nos dias da campanha (06, 07 e 08 de agosto). A coleta é indolor, feita com um swab bucal. Objetos pessoais também podem ser utilizados como fontes de material genético, como escovas de dente ou cabelo, cordão umbilical ou dente de leite.
Para quem vive no interior do estado, não é necessário deslocamento até a capital. Após o boletim, o familiar deve entrar em contato com o serviço médico legal mais próximo para orientações sobre a coleta.
A campanha também apresenta resultados expressivos na identificação de pessoas vivas. A perita Anna Cristina Montezano Vieira, do Departamento de Promoção Social e Cidadania (DEPCID), relatou a identificação de dois indivíduos em situação de rua. Um deles, João, estava institucionalizado desde 2002 e foi identificado por impressões digitais. No caso de Maria, o DNA confirmou o parentesco com uma mulher localizada em Aracruz, possibilitando a emissão de sua certidão de nascimento e futura carteira de identidade.
Desde 2021, a mobilização nacional permitiu a identificação de 28 pessoas desaparecidas por DNA, além de 80 corpos e 20 pessoas vivas por meio de impressões digitais. No Espírito Santo, a Polícia Científica já cadastrou 509 perfis genéticos de pessoas falecidas, 292 famílias de desaparecidos e oito pessoas vivas sem identificação.
Serviços e contatos úteis:
Delegacia de Pessoas Desaparecidas – DEPD
Rua Dr. João Carlos de Souza, 89, Barro Vermelho, Vitória/ES
(27) 3198-7022
dpd@pc.es.gov.br
delegaciaonline.sesp.es.gov.br
Laboratório de DNA Forense – LABDNA
Av. Nossa Sra. da Penha, 2290 – Santa Luíza, Vitória/ES
10h às 17h
(27) 3198-6072
laboratorio.dna@pci.es.gov.br
Polícia Científica – Atendimento a pessoas não identificadas
setor.vulneraveis@pci.es.gov.br
Cartilha da campanha
Para acessar todos os endereços regionais e orientações detalhadas, consulte os canais oficiais da Secretaria da Segurança Pública do ES ou o Portal de Desaparecidos do Disque Denúncia.
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