A nova reportagem publicada pelo Diário da Guanabara, como parte da série especial República dos Royalties, está repercutindo intensamente nos bastidores da política capixaba. O Capítulo 2, divulgado nesta terça-feira (03), detalha o uso de contratos milionários na Prefeitura de Presidente Kennedy (ES) com indícios robustos de irregularidades e favorecimento.
Segundo a apuração, um contrato administrativo originalmente orçado em R$ 19,7 milhões com a Construtora Patamar acabou recebendo 15 aditivos, ultrapassando os R$ 40 milhões em valores pagos. A empresa seria ligada ao núcleo jurídico da prefeitura e teria sido beneficiada por editais com cronogramas “relâmpago”, com critérios subjetivos de avaliação — o que levanta suspeitas de direcionamento.
Além disso, a denúncia do delator Welter Costa, apontado como laranja de uma das empresas envolvidas, revelou que pelo menos R$ 12 milhões foram pagos sem respaldo contratual. As assinaturas em seu nome, segundo ele, foram falsificadas para liberar os recursos, sem prestação de serviço correspondente. Há ainda relatos de pressões políticas, tentativas de suborno e ameaças diretas ao delator. Welter é lavador de carros.

A reportagem destaca que as investigações estão sob responsabilidade da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), que já realizou buscas e apreensões, mas a morosidade dos desdobramentos tem chamado atenção.
A cidade, que atualmente é governada interinamente por Júnior Gromobol (PSB) — aliado do ex-prefeito Dorley Fontão e do governador Renato Casagrande — mantém a mesma estrutura política no comando, mesmo após os escândalos virem à tona.
Nos bastidores do Ministério Público e da Segurança Pública, surgem questionamentos sobre possível aparelhamento político na condução do caso. Isso porque, mesmo diante de provas materiais e valores milionários desviados, nenhuma prisão preventiva ou medida mais incisiva foi adotada até o momento.
A população de Presidente Kennedy assiste atônita ao avanço de denúncias que expõem a fragilidade dos mecanismos de controle, enquanto os responsáveis pelos contratos suspeitos seguem ocupando cargos estratégicos.
O Giro Capixaba seguirá acompanhando os próximos capítulos dessa série que já se anuncia como um dos maiores escândalos de corrupção no sul do Espírito Santo.
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