Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro realizaram uma manifestação neste domingo (3), ocupando cerca de duas quadras da Avenida Paulista, em São Paulo, entre a sede da Fiesp e o Parque Trianon. O ato teve como foco a defesa da anistia para os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e apoio às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos contra o Brasil.
Organizado por lideranças da direita e religiosos como o pastor Silas Malafaia, o protesto contou com bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos, faixas em apoio ao ex-presidente Donald Trump e palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal.
Críticas ao STF e apoio à anistia
Os manifestantes exigiram o impeachment e a prisão do ministro Alexandre de Moraes, além de anistia ampla aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília. O grupo também alega que Bolsonaro é alvo de perseguição política por parte do Judiciário.

O ex-presidente não participou do ato. Desde 18 de julho, Bolsonaro está submetido a medidas cautelares impostas pelo STF, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de circulação nos fins de semana, por risco de obstrução da Justiça e tentativa de fuga.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também não esteve presente, alegando procedimento médico agendado para o mesmo dia.
Trama golpista e julgamento
A manifestação acontece em meio à expectativa do julgamento do núcleo central da trama golpista denunciada pela PGR, que deverá ocorrer em setembro no STF. Bolsonaro e outros sete aliados podem ser condenados por tentativa de golpe de Estado e ataques ao sistema eleitoral.
A Procuradoria-Geral da República aponta que o 8 de janeiro foi o ápice de um plano iniciado ainda em 2021, com ataques sistemáticos às urnas eletrônicas e à integridade do processo eleitoral brasileiro.
Apoio a Trump e sanções dos EUA
Durante o ato, muitos manifestantes exibiram cartazes de apoio a Donald Trump e defenderam as tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil, vista como uma forma de pressão contra o STF. Trump tem acusado o Judiciário brasileiro de perseguir Bolsonaro e comparou os processos a uma “caça às bruxas”.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, também foi citado como peça-chave na articulação com líderes republicanos e do governo Trump. Segundo investigações da Polícia Federal e da PGR, ele estaria atuando em nome do pai para convencer os EUA a impor sanções contra autoridades brasileiras e pressionar o arquivamento do processo do golpe.
Segurança e adesão
A Polícia Militar não divulgou números oficiais sobre a quantidade de manifestantes nem o efetivo empregado, mas confirmou reforço no policiamento. A Prefeitura de São Paulo também não forneceu estimativas de público. A Avenida Paulista já estava interditada ao tráfego de veículos por conta do evento.
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