Quase dez anos após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), atingidos pela tragédia voltaram a denunciar o que consideram falhas graves na reparação dos danos. O foco das críticas é o Programa Indenizatório Definitivo (PID), que prevê o pagamento de 95 mil reais a agricultores e pescadores e de 35 mil reais para os demais atingidos.
Entidades e lideranças locais afirmam que o programa não é suficiente para compensar os prejuízos humanos, sociais e ambientais acumulados desde 5 de novembro de 2015, quando o maior desastre socioambiental do Brasil matou 19 pessoas e contaminou toda a Bacia do Rio Doce até o litoral do Espírito Santo.
“O Programa de Ilusão Definitiva, infelizmente, não contempla a perda de todas essas pessoas”, disse Mauro Marcos da Silva, representante da Comissão dos Atingidos pela Barragem de Fundão. Segundo ele, milhares de moradores ainda não receberam nenhuma compensação financeira, mesmo após nove anos, sete meses e sete dias da tragédia.
Apesar de mais de 200 mil adesões ao PID, parte da população — incluindo comerciantes e até o município de Mariana — recusou os termos do acordo. Os atingidos prometem continuar lutando por reparação justa nos tribunais brasileiros e internacionais.
“Não nos recriminem por não aceitar os 35 mil reais. Vamos continuar buscando justiça em Mariana, Belo Horizonte, Brasília, Londres, Holanda, Austrália ou onde for necessário”, concluiu Silva.
Governo anuncia nova etapa de ações
Em meio às críticas, o governo federal anunciou nesta quinta-feira (12) novas medidas previstas no acordo de 132 bilhões de reais firmado em 2024 com as empresas Samarco, Vale e BHP Billiton. Dentre as ações, destaca-se o pagamento de auxílio mensal para 15 mil agricultores familiares e 22 mil pescadores, no valor de 1,5 salário mínimo por 36 meses, seguido de 1 salário mínimo por mais 12 meses. O total investido será de 3,7 bilhões de reais até 2029.
Outras iniciativas incluem a construção de um hospital universitário em Mariana, vinculado à Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), com investimentos de 170 milhões de reais; a contratação de entidades para assistência técnica às comunidades de Mariana e Barra Longa; e a criação do Conselho Federal de Participação Social da Bacia do Rio Doce, com orçamento de 5 bilhões de reais.
O governo também anunciou planos de saúde para quatro municípios atingidos e a criação de um Observatório da Educação na região, além da implantação de 15 Centros de Formação das Juventudes, com cursos e projetos voltados à capacitação profissional.Com informação da Agência Brasil Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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