A Polícia Civil de São Paulo revelou nesta sexta-feira (5) que a instituição financeira BMP sofreu um prejuízo de R$ 541 milhões após um ataque hacker de alta complexidade. A invasão, que teve como alvo contas de reserva mantidas junto ao Banco Central, ainda está sendo investigada pelas autoridades.
Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), um homem suspeito de ter facilitado o acesso dos hackers foi preso. Ele trabalhava na C&M Software, empresa especializada em soluções tecnológicas para o setor financeiro, que também foi diretamente afetada pelo ataque.
A BMP registrou boletim de ocorrência na última segunda-feira (30), relatando perdas massivas geradas por operações fraudulentas via PIX. As investigações apontam que o funcionário da C&M permitiu acesso remoto à sua máquina, o que teria possibilitado a invasão dos sistemas internos e a movimentação indevida dos recursos.
As chamadas contas de reserva são utilizadas por bancos e instituições financeiras para garantir liquidez, processar operações com o Banco Central e cumprir obrigações regulatórias. Elas funcionam como uma espécie de conta corrente exclusiva dessas entidades junto ao BC e, por isso, são alvos sensíveis em casos de ataques cibernéticos.
Além da BMP, a Polícia suspeita que pelo menos outras cinco instituições financeiras também tenham sido atingidas pelo mesmo esquema. Estimativas preliminares indicam que o prejuízo total pode ultrapassar R$ 800 milhões.
Em nota oficial, a BMP afirmou que acompanha de perto as investigações e destacou que nenhum cliente final foi prejudicado. A empresa opera no modelo de Banking as a Service (BaaS), oferecendo estrutura bancária e tecnológica para outras companhias — o que a torna uma peça fundamental no ecossistema financeiro digital.
Já a C&M Software informou que adotou medidas técnicas e jurídicas desde o primeiro momento e que está colaborando ativamente com as autoridades. A empresa afirma ainda que seus sistemas estão sob rígido monitoramento de segurança.
As investigações seguem em andamento. A Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo trabalham para identificar os demais envolvidos no ataque e avaliar o impacto completo da invasão sobre o sistema financeiro nacional.
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