A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou na última sexta-feira (11 de julho) o Relatório Trimestral de Monitoramento da Competição referente ao segundo trimestre de 2025. Os dados mostram forte concentração no mercado de telefonia móvel e ampla presença de pequenas operadoras no segmento de banda larga fixa.
De acordo com o levantamento, as três maiores operadoras do país — Vivo, Claro e Tim — detêm juntas 95,2% do mercado de telefonia móvel. Esse número reforça o domínio das grandes empresas no setor e a dificuldade de entrada para novos concorrentes.
Banda larga fixa: pulverização entre pequenas prestadoras
Em contraste com o mercado móvel, o setor de banda larga fixa apresenta alto nível de desconcentração. Segundo a Anatel, 56,4% dos serviços são ofertados por Prestadoras de Pequeno Porte (PPP), que têm presença significativa em municípios de menor porte e áreas fora dos grandes centros urbanos.
No segundo trimestre de 2025, foram registradas 11.951 prestadoras autorizadas para atuar com banda larga fixa, além de outras 10.523 que operam com dispensa de outorga. Ao todo, cerca de 22,5 mil empresas atuam nesse segmento, ampliando a oferta de serviços e promovendo maior competição no mercado.
Serviços de voz e audiovisual: domínio das OTTs e do streaming
O relatório também aponta uma mudança no comportamento dos consumidores em relação aos serviços de voz. Mais de 50% do mercado já é atendido por plataformas OTTs (over-the-top), como WhatsApp, Telegram e outros aplicativos que oferecem chamadas e mensagens por meio da internet, sem depender das operadoras tradicionais.
No setor audiovisual, a transformação digital é ainda mais evidente. Os serviços de streaming, como Netflix, Globoplay, Prime Video e outros, representam 89,9% do mercado, enquanto a TV por assinatura segue em queda, com menos de 10% de participação e a perda de 1,35 milhão de acessos apenas neste trimestre.
Cenário competitivo em transformação
Os dados reforçam tendências observadas nos últimos anos: enquanto o setor móvel continua concentrado nas mãos de poucas empresas, a banda larga fixa ganha competitividade com o protagonismo das pequenas prestadoras. Além disso, os hábitos de consumo apontam para a consolidação dos serviços digitais e por demanda, desafiando modelos tradicionais de telecomunicações e entretenimento.
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