O dia 28 de julho é celebrado como feriado estadual no Maranhão por marcar a adesão do estado à Independência do Brasil, ocorrida em 1823. A data, oficializada pela Lei nº 2.457 de 2 de outubro de 1964, sancionada pelo então governador Newton de Barros Bello, é exclusiva do território maranhense.
O Maranhão foi o penúltimo estado brasileiro a reconhecer a separação de Portugal, aderindo quase um ano após a proclamação de Dom Pedro I em 7 de setembro de 1822. O último foi o Pará, em 15 de agosto de 1823.
Diferente da ideia de uma independência pacífica e uniforme, o Maranhão resistiu ao novo Império brasileiro devido a laços históricos, comerciais e políticos profundos com Portugal. Durante o período colonial, de 1751 a 1778, o Estado do Grão-Pará e Maranhão chegou a ser separado do restante da colônia e subordinado diretamente à Coroa Portuguesa. A posição geográfica favorecia a comunicação marítima com Lisboa, dificultando os vínculos com o Rio de Janeiro, nova sede do governo brasileiro.
Conflitos e resistência
Mesmo após a proclamação da Independência, as elites maranhenses defenderam a permanência junto ao Império português, resultando em confrontos com tropas favoráveis à separação. Os combates se concentraram principalmente em cidades do interior, como Caxias e São José dos Matões, gerando isolamento e escassez de suprimentos na capital, São Luís.
O desfecho se deu por mar, com a chegada do escocês Lord Thomas Cochrane, contratado por Dom Pedro I para comandar a Marinha brasileira. No dia 26 de julho de 1823, Cochrane cercou a fortaleza de Santo Antônio da Barra, em São Luís, e usou um ardil militar: trocou a bandeira brasileira por uma bandeira inglesa para disfarçar sua presença.
Dois dias depois, em 28 de julho, sem disparar um único tiro, o cerco resultou na proclamação da Independência da Província do Maranhão pela Câmara Geral, com adesão ao Império do Brasil. Pelo feito, Cochrane foi homenageado com o título de Marquês do Maranhão.
Auto da Proclamação
O documento histórico da proclamação foi lavrado pela Câmara Geral em cerimônia solene com autoridades civis, militares e religiosas, registrada no Livro de Acórdãos nº 18, onde consta:
“[…] se proclamase a Independência Política desta Província com adhezão ao Emperio Brazilico e Governo do Imperador o Senhor Dom Pedro segundo.”
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