A Câmara dos Deputados entrou no debate sobre a sexualização e a “adultização” de crianças e adolescentes nas redes sociais. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que pretende pautar projetos de lei para combater o problema.
O tema ganhou repercussão após o youtuber Felca denunciar, em um vídeo de quase 50 minutos — que já soma mais de 31 milhões de visualizações —, perfis que expõem menores de idade em danças e músicas sensuais, muitas vezes com pouca roupa. “Essa parada deixa de ser engraçada e se torna criminosa quando os pais envolvem os filhos nesses desesperos por monetização, expondo e produzindo conteúdo em cima deles, adultizando ou até sexualizando”, disse Felca.
Segundo a Fundação Abrinq, a adultização infantil ocorre quando crianças são expostas precocemente a comportamentos e responsabilidades do universo adulto. O acesso irrestrito a conteúdos inadequados, especialmente nas redes sociais, acelera esse processo.
O psicólogo Rodrigo Nejm, do Instituto Alana, alerta que essa exposição pode afetar gravemente a autoestima e a saúde mental, levando a casos de depressão, autolesão e até comportamentos suicidas, especialmente na pré-adolescência e adolescência.
A coordenadora-geral de pesquisa do Netlab/UFRJ, Débora Salles, reforça que a erotização infantil online favorece a ação de redes de pedofilia. “Eles comentam e curtem fotos de crianças no Instagram e indicam outros canais, como o Telegram, onde circulam imagens criminosas”, afirmou.
Hugo Motta defende a aprovação de medidas que limitem ou bloqueiem conteúdos e perfis que promovam a adultização infantil. Para Débora Salles, a regulamentação das redes sociais é essencial. “Elas têm capacidade de remover e desmonetizar conteúdo, mas, sem obrigação legal, permanecem passivas diante de postagens problemáticas”, concluiu.
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