O policial civil e especialista em inteligência Mohamad Jehad afirmou que o serviço secreto de Israel, o Mossad, mantém operações no Brasil desde a década de 1970. Em entrevista ao jornalista Breno Altman, no programa 20 Minutos, do portal Opera Mundi, na quinta-feira (7), Jehad apresentou informações baseadas em documentos e fontes primárias que revelam ações de espionagem, assassinatos seletivos e cooptação de agentes brasileiros.
Segundo o especialista, os primeiros registros envolvem monitoramento de exportações de blindados para países árabes, com agentes israelenses entrando no Brasil com passaportes diplomáticos de nações nórdicas. Um caso emblemático, relatado por Jehad, foi o assassinato do tenente-coronel José Alberto Albano do Amarante, em 1981, supostamente envenenado por um agente do Mossad devido a acordos nucleares entre Brasil e Iraque.
Nos anos 1990, a estratégia teria mudado para o recrutamento de policiais brasileiros por meio de cursos em Israel. Esses agentes, classificados como “de acesso passivo”, coletariam informações sob demanda. Em estados como Rio de Janeiro e São Paulo, a infiltração teria se intensificado, com a Polícia Militar paulista envolvida no esquema. Jehad também alertou para o uso de tecnologias como Cellebrite e Pegasus, capazes de extrair dados de celulares apreendidos, que seriam compartilhados com Israel.
Entre outras operações citadas, está o assassinato do empresário libanês Michel Nassar, em 2003, em São Paulo, que teria sido executado pelo Mossad para impedir seu testemunho em casos de crimes de guerra. O especialista ainda denunciou infiltrações em manifestações pró-Palestina, com empresas de segurança fundadas por ex-militares israelenses fotografando ativistas e repassando dados a serviços de inteligência.
Jehad defendeu medidas urgentes, como investigação parlamentar sobre contratos com empresas israelenses, auditorias em softwares usados pelas polícias e maior controle sobre intercâmbios internacionais. O Ministério da Justiça e a Abin não se pronunciaram. A Embaixada de Israel afirmou que não comenta operações de inteligência.
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