Empresas norte-americanas com operações no Brasil declararam apoio às negociações do governo brasileiro para tentar reverter a tarifa de 50% que os Estados Unidos pretendem aplicar sobre produtos brasileiros exportados. A medida está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto.
O posicionamento foi manifestado durante reunião realizada nesta quarta-feira (16), conduzida pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, com representantes da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) e de grandes multinacionais como Amazon, Coca-Cola, General Motors, Caterpillar e MedTech.
Alckmin destacou que tanto a Amcham quanto a US Chamber divulgaram uma nota conjunta defendendo a via do diálogo e criticando o uso de tarifas como resposta a questões políticas. Segundo o documento, esse tipo de medida “tem potencial de causar danos graves a uma das relações econômicas mais importantes dos Estados Unidos e criar um precedente preocupante”.
Impacto para os dois países
Para o ministro, a imposição da tarifa representa uma situação de “perde-perde”, com prejuízos tanto para o Brasil quanto para os EUA. Ele destacou a relevância da parceria entre empresas dos dois países e a importância de uma atuação conjunta para evitar os impactos negativos.
“Empresas como a GM, com 100 anos de atuação no Brasil, e outras como Johnson & Johnson e Caterpillar, são exemplos da integração entre os dois mercados. Temos que estar todos unidos para evitar esse retrocesso”, afirmou.
Participaram também representantes de empresas como Dow, Sylvamo, Corteva Agriscience e John Deere, além de membros do governo federal.
Diálogo e nova carta aos EUA
Alckmin informou que o governo brasileiro encaminhou uma nova carta ao governo dos Estados Unidos, reforçando propostas já enviadas em maio e manifestando disposição para avançar em um acordo comercial baseado na complementariedade econômica e no crescimento sustentável das exportações.
Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil, reiterou o compromisso do setor empresarial em apoiar uma solução negociada. Segundo ele, quase 10 mil empresas brasileiras exportam para os EUA, gerando cerca de 3,2 milhões de empregos no país.
Resposta à investigação americana
O ministro também comentou a investigação aberta pelos EUA com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que mira políticas brasileiras sobre meio ambiente, propriedade intelectual e pagamentos digitais.
Alckmin rebateu os questionamentos destacando os avanços do Brasil no combate ao desmatamento e as políticas ambientais como o mercado regulado de carbono e o programa Combustível do Futuro. Também defendeu o sistema de propriedade intelectual do país e elogiou o sucesso do PIX, citado na investigação.
“O Brasil é hoje um exemplo para o mundo. Nossa meta é desmatamento ilegal zero, com recomposição florestal e matriz energética limpa”, concluiu o ministro.
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