O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (11) que as tarifas sobre produtos da União Europeia (UE) subirão para 30% a partir de 1º de agosto de 2025. A decisão, divulgada por meio de carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, marca uma nova escalada na política comercial agressiva de Trump, que já havia adotado medidas semelhantes contra México, Brasil, Japão, Coreia do Sul e Canadá nos últimos dias.
“A partir de 1º de agosto, cobraremos uma tarifa de 30% sobre produtos europeus, além das tarifas setoriais já existentes”, diz o comunicado oficial. A justificativa da Casa Branca é reduzir o déficit comercial dos EUA e incentivar a produção doméstica. A nota também ressalta que empresas da UE podem evitar as tarifas se transferirem fábricas para território americano.
Tarifas como arma política e econômica
Trump voltou a defender o uso de tarifas como mecanismo de pressão econômica e disse que “a palavra mais bonita do dicionário é ‘tarifa’”. A prática, segundo ele, ajuda a proteger a indústria americana e cria empregos — embora a Reserva Federal tenha apontado que, em seu primeiro mandato, as tarifas não geraram aumento significativo de emprego ou produção industrial.
Além disso, especialistas alertam que as tarifas elevam o custo das matérias-primas, provocam retaliações comerciais e podem levar empresas estrangeiras a migrar suas operações para países como Vietnã ou Camboja, e não para os EUA, como deseja o governo.
Histórico de embates comerciais: China, UE, México e Canadá
- EUA x China: Entre 2018 e 2019, Trump impôs tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses, o que resultou numa guerra comercial intensa. Apesar do acordo da “fase um” assinado em 2020, muitas sanções seguem em vigor — inclusive sob o governo Biden.
- EUA x União Europeia: Em 2018, Washington impôs tarifas sobre aço e alumínio europeus. Em resposta, a UE taxou produtos americanos como motos, bourbon e laranjas. A nova rodada de tarifas reaquece a tensão diplomática com Bruxelas.
- EUA x México e Canadá: O México enfrentou tarifas sobre aço, alumínio e tomates. O Canadá, afetado pelas mesmas medidas em 2018, também voltou a ser alvo das novas diretrizes. A ministra canadense Mélanie Joly declarou que o país pode estar à beira da “maior guerra comercial com os EUA em décadas”.
BRICS e ameaça à desdolarização
Além das tarifas, Trump ameaçou países do BRICS, especialmente China e Rússia, com sanções de até 100% sobre transações que desafiem o domínio do dólar em comércio internacional. Ele também pressiona a UE a aumentar as compras de petróleo e gás natural dos EUA, sob pena de novas sanções.
Lista de países e tarifas anunciadas por Trump (atualizada)
País/Entidade | Tarifa (%) |
---|---|
🇧🇷 Brasil | 50% |
🇲🇲 Myanmar | 40% |
🇱🇦 Laos | 40% |
🇰🇭 Camboja | 36% |
🇹🇭 Tailândia | 36% |
🇧🇩 Bangladesh | 35% |
🇨🇦 Canadá | 35% |
🇷🇸 Sérvia | 35% |
🇮🇩 Indonésia | 32% |
🇩🇿 Argélia | 30% |
🇧🇦 Bósnia | 30% |
🇪🇺 União Europeia | 30% |
🇲🇽 México | 30% |
🇿🇦 África do Sul | 30% |
🇰🇷 Coreia do Sul | 25% |
🇰🇿 Cazaquistão | 25% |
🇲🇩 Moldávia | 25% |
🇲🇾 Malásia | 25% |
🇹🇳 Tunísia | 25% |
🇧🇳 Brunei | 25% |
🇯🇵 Japão | 25% |
🇵🇭 Filipinas | 20% |
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