A agência de notícias iraniana Fars divulgou, nesta quinta-feira (3), um vídeo inédito do ataque israelense ao bairro de Tajrish, na capital do Irã, realizado no dia 15 de junho. O material mostra o momento exato em que um míssil atinge um prédio na Praça Quds, no centro de Teerã, seguido por uma explosão que lança carros e pedestres pelos ares.
Segundo a imprensa iraniana, o alvo da ofensiva foi uma unidade da Guarda Revolucionária, considerada pilar das forças armadas do país. O ataque causou ainda danos à infraestrutura civil: a tubulação de água foi atingida, provocando alagamentos em várias ruas da cidade.
O vídeo, com imagens de câmeras de segurança, mostra a violência do impacto no estacionamento do prédio e a destruição causada nas redondezas.
Na noite mais violenta desde o início do conflito, a Rússia lançou 550 ataques contra a Ucrânia, incluindo mísseis e drones. Kiev foi o alvo principal, com prédios destruídos, incêndios e 23 feridos. pic.twitter.com/wyXDauiJFJ
— Diário da Guanabara (@diarioguanabara) July 5, 2025
Escalada militar e reação internacional
O ataque de 15 de junho ocorreu dois dias após Israel lançar uma ofensiva não provocada contra o território iraniano, segundo Teerã. Nos dias que se seguiram, Israel e Irã trocaram bombardeios em diferentes regiões do Oriente Médio.
A situação se agravou ainda mais em 21 de junho, quando os Estados Unidos entraram diretamente na operação militar contra o Irã, com ataques a três instalações nucleares iranianas. O bombardeio americano motivou uma resposta imediata do Irã, que atacou a maior base militar dos EUA na região, localizada no Golfo Pérsico.
Diante do risco de uma escalada global, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou dois dias depois que Teerã e Tel Aviv haviam concordado com um cessar-fogo. O acordo foi confirmado por ambos os países, mas as tensões seguem altas na região.
Condenações internacionais
A operação militar liderada por Israel e apoiada pelos EUA foi amplamente condenada pela comunidade internacional. A Rússia classificou os ataques como “não provocados” e “inaceitáveis”, e o presidente Vladimir Putin se ofereceu para mediar o conflito, em conversas com os líderes iraniano e israelense.
A China também manifestou forte oposição às ações militares, pedindo “máxima contenção” e a preservação da estabilidade regional.
Na América Latina, Brasil, Venezuela, Cuba e Nicarágua divulgaram notas oficiais rejeitando o uso de força por parte de Israel. Entre os países muçulmanos, Turquia, Arábia Saudita, Egito e Paquistão também criticaram severamente os ataques, pedindo respeito ao direito internacional e à soberania do Irã.
Especialistas internacionais alertam para o risco de que ataques contra infraestruturas nucleares possam ter efeitos catastróficos para a região. O envolvimento direto dos Estados Unidos gerou temor de que o conflito pudesse se transformar em uma guerra de grandes proporções, o que aumentou a pressão por um cessar-fogo imediato.
Embora a trégua esteja em vigor, a divulgação do vídeo e as graves imagens do ataque em Teerã reacenderam a indignação no Irã e nos países aliados.
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