Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo ocuparam, na manhã desta quinta-feira (3), o saguão do edifício do Itaú BBA, na Avenida Faria Lima, zona sul de São Paulo. O protesto teve como foco a defesa da taxação dos super-ricos, críticas ao Congresso Nacional e ao sistema tributário atual.
A manifestação foi organizada por movimentos ligados ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que apoiou publicamente a ação. “O recado do povo é claro: o Brasil precisa de justiça tributária”, publicou em sua conta oficial na rede X (antigo Twitter), junto com imagens da ocupação.
Os manifestantes expuseram faixas e cartazes com frases como “o povo não vai pagar a conta” e “acabou a mamata”. Eles criticam o que consideram ser os privilégios fiscais da elite econômica brasileira. O Itaú, por meio de sua assessoria, informou que não comentaria o episódio.
“Ocupamos o saguão do edifício de R$ 1,5 bilhão, o mais caro da Faria Lima, exigindo justiça tributária, inclusão dos milionários no Imposto de Renda e do povo no orçamento”, afirmou a Frente Povo Sem Medo nas redes sociais.
Tensão entre governo e Congresso
O protesto acontece em meio a uma disputa entre o governo federal e o Congresso sobre mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Nesta semana, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a derrubada de um decreto presidencial que aumentava a alíquota do imposto.
Na quarta-feira (2), em evento na Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva segurou um cartaz com os dizeres “taxação dos super ricos”, reforçando a pauta econômica defendida pelos manifestantes.
Dentro do governo e do Partido dos Trabalhadores (PT), há uma estratégia para fortalecer o discurso de justiça tributária e ampliar o apoio popular contra setores da elite. Uma das campanhas lançadas é a “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”. Influenciadores digitais e criadores de conteúdo também foram mobilizados para dar visibilidade à iniciativa.
Reações da oposição
A ocupação do prédio gerou fortes críticas por parte de políticos da oposição, que compararam o ato com os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
“O retrato da atual esquerda no Brasil: não produzem e não geram riqueza, só caos”, publicou o deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ). Já o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) compartilhou vídeos do ato e classificou a ação como “terrorismo político”.
O senador Rogério Marinho (PL-RN) também se manifestou, dizendo que o PT “reedita a estratégia do ódio” ao dividir o país entre ricos e pobres. “Já vimos esse filme antes e sabemos como termina: quem perde é o Brasil.”
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