O detento Ageu Santos da Cruz, já condenado por um duplo homicídio em 2014, voltou a ser sentenciado por mais um crime brutal no Espírito Santo. Ele recebeu uma nova pena de 13 anos, 10 meses e 7 dias de prisão por estrangular e decapitar outro preso dentro do presídio de Viana, em 2023.
Segundo o Ministério Público Estadual (MP-ES), a vítima foi Reginaldo da Cunha Rodrigues, morto após uma briga iniciada quando confessou ter estuprado uma pessoa. Durante a madrugada, Ageu invadiu a cela, estrangulou Reginaldo e usou uma linha de varal para decapitá-lo. O crime foi confessado pelo acusado, que foi julgado por homicídio qualificado com agravantes.
Ageu já havia sido condenado a 51 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicial fechado, pela morte do menino Elias Martins Simplício, de 10 anos, e do jovem Diego Rafael Araújo, de 25. O crime ocorreu em maio de 2014, na Rua das Palmas, bairro Nova Bethânia, também em Viana. A criança estava em uma lanchonete com o pai quando Ageu entrou no local e disparou diversas vezes. Diego, conhecido como Dentinho, era o alvo, devido a desavenças ligadas ao tráfico de drogas.
No ataque, Diego foi baleado 13 vezes e morreu no local. Elias, atingido por um tiro no peito, chegou a ser socorrido por moradores, mas não resistiu. O caso foi julgado por júri popular em 25 de abril na 1ª Vara Criminal de Viana, e a condenação incluiu homicídio triplamente qualificado (contra Elias) e duplamente qualificado (contra Diego), ambos por motivo torpe.
Durante o julgamento, o juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho destacou a frieza e ausência de arrependimento de Ageu, que afirmou em depoimento que “se pudesse, mataria de novo” a vítima Diego. Na sentença, o juiz descreveu com emoção o impacto da morte de Elias:
“Elias possuía apenas 10 anos, tinha o sonho de tornar-se policial militar… era o caçula da família, um filho carinhoso. Elias não frequentará mais escola, não terá amigos… jamais será avô. Elias, com apenas 10 anos, não tinha malícia, era uma criança pura… Elias queria ter um dia de paz, de segurança e de amor junto a seu pai, mas Elias foi morto.”
Ageu não poderá recorrer em liberdade e segue preso por crimes considerados hediondos, que evidenciam não apenas sua periculosidade, mas também falhas na prevenção de violência dentro e fora do sistema prisional.
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