Com mais de um milhão de doses aplicadas em crianças e adolescentes nas escolas de quatro mil e cem municípios, o Brasil avançou de forma significativa na cobertura vacinal no primeiro semestre de 2025. O dado inédito foi divulgado nesta quarta-feira, 16 de julho, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e faz parte do Programa Saúde na Escola, que promove ações de imunização em estudantes de até quinze anos.
Pela primeira vez, o governo federal registrou um recorte exclusivo das vacinas aplicadas no ambiente escolar. A iniciativa, conduzida em parceria pelos ministérios da Saúde e da Educação, representa um marco na vigilância vacinal no país.
A mobilização nacional realizada nas escolas teve impacto direto nos números. Em abril, foram aplicadas mais de duzentas mil doses, dez vezes mais que em março. Já em maio, o número saltou para quinhentas e oitenta e três mil doses, vinte e cinco vezes maior que o registrado dois meses antes.
Segundo o ministro da Saúde, o resultado demonstra o esforço do país para recuperar a alta cobertura vacinal por meio do Programa Nacional de Imunizações. Entre as dezesseis vacinas do calendário nacional, quinze apresentaram aumento na cobertura no primeiro quadrimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Foram aplicadas, no total, vinte e cinco tipos de vacinas nas escolas, incluindo imunizantes contra HPV, BCG, Covid-19, dengue, febre amarela, meningite, influenza, poliomielite, sarampo, caxumba e rubéola. A vacinação escolar alcançou setenta e quatro por cento dos municípios brasileiros.
A chefe de Saúde e Nutrição do Unicef no Brasil, Luciana Phebo, parabenizou o país pelos avanços e ressaltou a referência que o Brasil representa internacionalmente. Ela destacou o alcance das metas de cobertura de imunizantes importantes para a infância e a adolescência.
Avanço da cobertura vacinal no Brasil
Os avanços também foram observados fora do ambiente escolar. A cobertura vacinal aumentou em quinze das dezesseis vacinas do calendário nacional, revertendo uma tendência de queda que começou em 2016. O crescimento foi impulsionado pela retomada das campanhas do PNI, por mobilizações como o Dia D da Vacinação e pela regularização do fornecimento de vacinas em todo o país.
Entre os aumentos registrados no primeiro quadrimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, destacam-se:
- Tríplice Viral D1: de 86,59% para 91,86%
- Pneumo10 (1º reforço): de 80,66% para 89,13%
- Meningocócica C (1º reforço): de 72,50% para 88,35%
- BCG: de 63,59% para 88,29%
- Pneumo10 (dose inicial): de 79,65% para 85,93%
- Hepatite B (<30): de 63,50% para 84,93%
- Meningo C: de 69,72% para 84,31%
- Penta: de 82,37% para 84,22%
- Rotavírus: 79,20% para 82,34%
- VOPb : de 74,14% para 79,34%
- Febre Amarela: 72,59% para 78,88%
- Hepatite A: de 71,75% para 78,17%
- DTP (1º reforço): de 74,49% para 81,97%
- Tríplice Viral (dose de reforço): de 61,62% para 72,89%
- Varicela: de 64,12% para 67,5%
Esses dados sustentaram a revalidação da eliminação do sarampo como problema de saúde pública no Brasil, título recuperado em 2024 após ser perdido em 2019.
Avanço da vacinação contra o HPV
Outro destaque foi o avanço da imunização contra o HPV. Entre meninas de 9 a 14 anos, a cobertura passou de 78,38 por cento em 2022 para 82,77 por cento em 2024. Entre os meninos, o aumento foi ainda maior, de 45,43 para 67,21 por cento no mesmo período.
O ministro Alexandre Padilha reforçou a importância da responsabilidade das famílias na proteção das crianças e adolescentes. Segundo ele, muitos jovens estão vivos e saudáveis hoje graças à decisão de pais e responsáveis que garantiram a vacinação em momentos difíceis.
Fortalecimento do Programa Saúde na Escola
O Programa Saúde na Escola teve adesão histórica no ciclo 2023–2024, com participação de cinco mil quinhentos e quarenta e quatro municípios, o equivalente a noventa e nove por cento do total. A iniciativa contempla cerca de cento e dez mil escolas, sendo oitenta por cento da rede pública, e passou a alcançar mais de quatro milhões e trezentos mil estudantes a mais em comparação com 2022.
Para apoiar as ações, o Ministério da Saúde destinou cento e cinquenta milhões de reais a estados e municípios, com foco na ampliação da cobertura vacinal, na prevenção de doenças imunopreveníveis e no combate à desinformação sobre vacinas.
A estratégia inclui também melhorias nos sistemas de informação e registro das doses, além do uso de metodologias regionais de microplanejamento que se adaptam à realidade local para aumentar a efetividade da imunização.
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